MINAS GERAIS

Professora que jogou balde de água em criança autista é afastada de escola

A mulher, que vem sofrendo ameaças nas redes sociais, também foi notificada pela Secretaria de Educação de Uberaba

Renato Manfrim - Especial para o Estado de Minas
postado em 21/12/2022 18:45 / atualizado em 21/12/2022 18:45
 (crédito: Redes Sociais/Divulgação)
(crédito: Redes Sociais/Divulgação)

A professora de apoio de um Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) de Uberaba, que jogou balde de água fria na cabeça de um menino autista, de 5 anos, foi afastada nesta terça-feira (20/12) pela Secretaria Municipal de Educação.

De acordo com o secretário Celso Neto foram tomadas as medidas administrativas cabíveis e a profissional de apoio foi afastada de forma preventiva. “Ela também será notificada sobre os fatos ocorridos, para que possa se manifestar dentro do prazo definido pela legislação. As responsabilidades estão sendo apuradas pelas autoridades competentes e as penalidades serão aplicadas”, complementou.

Após a família da criança registrar um boletim de ocorrência na PM por maus tratos nesta segunda-feira (19/12), dia do suposto crime, a suspeita prestou depoimento ao delegado de plantão de Polícia Civil (PC) e foi liberada. Em seguida, um inquérito policial foi instaurado e a Delegacia da Família de Uberaba investiga o caso.

Xingamentos e ameaças

Por meio de redes sociais, Celso Neto lamentou os xingamentos e ameaças que tanto a suspeita dos maus tratos contra a criança quanto outros profissionais do Cemei estão sofrendo.

“Linchamento social de ninguém é benéfico. Hoje (20/12) as pessoas estavam indo na porta da escola e xingaram e ameaçaram outras profissionais e isso também nas redes sociais, falando que vão jogar ácido nelas, enfim. É uma barbaridade total e eu nunca vou ser a favor disso. Então vamos conduzir isso de forma séria (...) não podemos fazer disso um linchamento social e a gente tem que olhar o lado do ser humano”, considerou.

Ainda conforme o secretário de Educação de Uberaba, representantes do Departamento Municipal de Educação Inclusiva e da Seção de Assistência ao Educando estiveram presentes no local do suposto crime de maus tratos nesta terça-feira para oferecer orientação aos profissionais do magistério e promover uma prática de acolhimento coletiva, contando com psicólogos, assistentes sociais e assessoria pedagógica. “Esse acontecimento é um dano muito complexo também para toda a equipe do Cemei e nós estamos atentos a isso”, finalizou.

Relato da suspeita à PM

Com relação à denúncia de maus tratos, a mulher explicou, como consta no boletim de ocorrência da PM, que a intenção de jogar o balde de água no menino foi para acalmá-lo, já que ele estaria em um momento de crise e muito agitado.

Ela ressaltou também que nunca e, em hipótese alguma, fez ou faria algo para machucar a criança. Alegou ainda aos militares que a criança adora água e que fica um copo no local para eles brincarem todas as vezes que passa por crises; e que costuma dar os banhos ao ar livre e com o balde, pois o menino não permanece quieto embaixo do chuveiro e, assim, evita que ele se machuque.

Newsletter

Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

 


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação