Morre Adriana Dias, referência na pesquisa sobre neonazismo no Brasil

A antropóloga identificou mais de 300 células neonazistas no Brasil. Ela também foi responsável por descobrir uma carta do ex-presidente Bolsonaro publicada em sites neonazistas

Correio Braziliense

postado em 29/01/2023 19:16

(crédito: Lúcio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)

Morreu, neste domingo (29/1), a antropóloga Adriana Dias. Ela foi uma das principais pesquisadoras sobre neonazismo do país, identificando mais de 300 células neonazistas espalhadas pelo Brasil. Ela também foi referência na luta pelos direitos das pessoas com deficiência. Adriana lutava contra um câncer.

Em 2021, Adriana descobriu uma carta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicada em sites neonazistas. A descoberta foi publicada no site The Intercept Brasil. A pesquisadora também colaborou com a equipe de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), integrando o grupo dos Direitos Humanos.

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O ministro Dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, publicou uma nota de pesar pela morte de Adriana Dias. "Cientista, pesquisadora e doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Adriana foi uma mulher com deficiência de referência para nós e nos estudos sobre neonazismo. Aguerrida ativista pelos direitos humanos, colaborou na efetiva denúncia de ações nazistas no Brasil. Feminista por ideologia, Adriana integrou a Frente Nacional de Mulheres com Deficiência. Foi também coordenadora da Associação Vida e Justiça de Apoio às Vítimas da Covid-19. Expressamos aqui nossa homenagem em agradecimento a essa grande mulher, e enviamos nossos sentimentos à família", diz a nota.