RORAIMA

Três jovens indígenas ianomâmis são mortos por garimpeiros, segundo comunidade

O garimpo na região é ilegal, e os garimpeiros que exploram minério Terra Indígena Yanomami começaram a fugir do território após o início de ações de repressão à atividade clandestina

Maryanna Aguiar — Especial para o Correio
postado em 06/02/2023 14:58 / atualizado em 06/02/2023 15:01
 (crédito: Divulgação/MS)
(crédito: Divulgação/MS)

Três indígenas do povo Yanomami foram assassinados por garimpeiros na região do Homoxi, dentro da Terra Indígena. A informação foi divulgada nesse domingo (5/02), pelo líder Júnior Hekurari Yanomami, que está na região acompanhando as ações de saúde frente à crise humanitária no território. A notícia sobre os assassinatos foi repassada a Hekurari por indígenas das regiões de Haxiu e Waphuta. A ministra dos Povo Indígenas, Sônia Guajajara, esteve no território também no domingo e sobrevoou algumas regiões. A suspeita, segundo o líder, é que as mortes foram causadas por garimpeiros que estão em fuga pelo território. Alguns grupos têm fugido, nos últimos dias, pelas matas e por rios,e inclusive, e no domingo se aglomeravam na pista. Com o espaço aéreo fechado, aeronaves clandestinas se recusam a entrar na região para buscá-los.

"Recebi informações das comunidades do Haxiu e Waphuta de que os garimpeiros mataram três jovens. Estamos muito preocupados. Hoje, sobrevoamos com a ministra onde tiveram as mortes. Têm muitos garimpeiros e helicópteros voando em cima. Nós ficamos muito preocupados . As comunidades querem ir lá para buscar esse corpo. Nós comunicamos a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Funai para apoiar no resgate desses corpos que estão no Homoxi", disse Hekurari em declaração.

Na região de Homoxi há forte presença de garimpeiros, é nesta região que fica a pista do Jeremias, rota usada pelos invasores para chegar ao território. O garimpo na região é ilegal, e os garimpeiros que exploram minério Terra Indígena Yanomami começaram a fugir do território após o início de ações de repressão à atividade clandestina. Na última quarta-feira (1º), a Força Aérea Brasileira iniciou controle do espaço aéreo e usa aeronaves com radares superpotentes.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou em rede social nesta segunda-feira (6/02) que determinou reforço das forças de segurança federais que atuam em Roraima para retirar garimpeiros ilegais de terras indígenas, incluindo as áreas de indígenas Yanomami. O Ministro espera que a saída ocorra "em paz, sem conflitos". No domingo, o governador de Roraima, Antônio Denarium, pediu ajuda do governo federal para os garimpeiros ilegais que começaram a deixar as terras indígenas após o reforço das ações de segurança.

Em nota, o governo de Roraima disse ter pedido aos ministros Rui Costa (Casa Civil) e José Múcio Monteiro (Defesa) "apoio para garantir a saída desses trabalhadores que se encontram em área de garimpo e que escolheram sair daquela região de forma espontânea e pacífica".

Ainda não foram divulgadas informações sobre idade dos jovens assassinados e a causa das mortes.

Crise sanitária

No auge das denúncias de que o governo de Jair Bolsonaro negou socorro à população indígena da região, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi visitar as terras dos povos Yanomami onde foram expostas as imagens análogas ao holocausto que chocaram o país, e declarou que "vim aqui assumir um compromisso junto com nossos ministros. Vamos dar aos povos indígenas a dignidade que merecem. Na saúde, na educação, dar o direito de ir e vir. E vamos levar muito a sério o combate ao garimpo ilegal".

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