Belo Horizonte

Moradores vão benzer prédio após dois homicídios em um ano

Dois moradores já foram presos em flagrante por homicídios cometidos dentro de edifício no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte

Clara Mariz - Estado de Minas
Ígor Passarini - EM
postado em 07/02/2023 21:41
 (crédito: Ígor Passarini / EM / D.A Press)
(crédito: Ígor Passarini / EM / D.A Press)

Os moradores do condomínio Zenith, no Bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, decidiram chamar um padre para benzer o local. O motivo: a prisão de dois vizinhos suspeitos de homicídio. No caso mais recente, no último domingo (5/2), o corpo de um homem foi encontrado esquartejado dentro de um dos apartamentos. A suspeita é a de que a vítima, ainda não identificada, era uma pessoa que vivia em situação de rua.

Um jovem de 23 anos confessou o crime à advogada dele, que acionou a Polícia Militar (PM). O relato foi feito pouco antes de o suspeito, que sofre de esquizofrenia, se internar em um hospital psiquiátrico no bairro Santa Efigênia, na região Leste de BH.

Ao chegar ao apartamento, os militares sentiram um forte cheiro de putrefação. Uma serra elétrica com vestígios de sangue foi apreendida no local. As partes do corpo da vítima foram encontradas em sacos plásticos no banheiro.

Em 2017, o jovem confessou ter matado a própria mãe, no bairro Tirol, na região do Barreiro. Na ocasião, ele teria 17 anos. A vítima foi encontrada no quarto do filho, amordaçada, amarrada com fita crepe e usando uma espécie de máscara.

Já no caso mais antigo, em maio do ano passado, um homem de 67 anos foi detido após esfaquear seu vizinho, de 28 anos. A vítima, que era filha de um desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, precisou ser levada para o Hospital João XXIII e passou por cirurgia, mas não resistiu. O crime teria sido motivado por barulhos que o suspeito fazia em seu apartamento.

De acordo com o boletim de ocorrência, assim que chegaram ao condomínio em que residem os dois envolvidos, os militares encontraram a vítima caída no chão, muito pálida e com a esposa chorando. Devido à urgência dos ferimentos, ele foi conduzido imediatamente para o hospital.

Alívio

Uma moradora do condomínio conversou com a reportagem do Estado de Minas e confirmou que, apesar dos sustos, está aliviada. Isso porque, segundo ela, ambos os suspeitos possuem históricos de problemas psíquicos, o que tornava a difícil convivência no edifício. “Por pior que seja, não tenho que me preocupar mais quando fico sozinha no corredor do prédio, por exemplo”, confessa.

De acordo com a mulher, o jovem de 23 anos já havia ameaçado outros moradores e sempre seguia as vizinhas pelos corredores. Ela lembra que, apesar de morar em um bloco diferente do suspeito, ele sempre ia atrás dela.

“Se ele via que eu estava recebendo delivery, ele ficava parado na porta interna para me esperar voltar. Tinha que pedir ao motoboy para me levar no apartamento”, relata.

Apesar dos recentes acontecimentos, a moradora afirma que não pretende se mudar do local. Ela explica que os condôminos já decidiram pedir a um padre para benzer o local, com o objetivo de deixar o ambiente mais leve.

“Acho que agora já foi e gosto muito do meu apartamento. Tenho vizinho que já pôs para vender (apartamento), depois disso, mas a maioria leva na boa”, conclui.

Medo continua 

Ao contrário da moradora do Condomínio Zenith, uma outra pessoa, que reside na mesma rua, contou à reportagem que, após os episódios no local, tem tido medo por não saber “quem é a pessoa que está ao lado”. Ela relata que depois de o corpo, no caso mais recente, ter sido encontrado no apartamento, ficou sabendo que o suspeito frequentava os mesmos locais que ela.

“A questão da segurança nunca foi tão gritante aqui no bairro. O que tem me dado medo agora é justamente não saber quem é a pessoa que está ao meu lado, por exemplo. Nós ficamos sabendo do caso pela mídia, e só depois soube que ele frequentava a mesma padaria que eu”, relata.

Conforme a mulher, quando fica sabendo de algo sério que aconteceu no bairro, a ocorrência sempre é no prédio "dos homicídios". “A noite, eu tenho medo de passar lá na frente. Durante o dia é mais tranquilo, mas mais tarde já acho bem perigoso", disse.

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