Crise humanitária

Ibama e Funai iniciam controle em ponto de fuga do Território Yanomami

Ao longo dos dias, outras bases de controles serão instaladas na TI. O objetivo é bloquear o fluxo de suprimentos para as áreas de garimpo

Tainá Andrade
postado em 08/02/2023 18:14 / atualizado em 09/02/2023 18:28
 (crédito: Bruno Kelly/Amazônia Real)
(crédito: Bruno Kelly/Amazônia Real)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em conjunto com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), deu mais detalhes, nesta quarta-feira (8/2), sobre as operações de incursão em garimpos ilegais localizados no território indígena (TI) Yanomami. Uma base de controle foi instalada no rio Uraricoera, bacia hidrográfica que circunda a TI e por onde os garimpeiros têm fugido em grande número desde o fim de semana. 

As ações, que começaram na segunda-feira (6), contam ainda com o reforço da equipe da Força Nacional. Ao longo da semana, outras bases de controle serão implantadas no território. Na que já foi instalada, que será um ponto de bloqueio para proibir o fluxo de suprimentos, as equipes estão fiscalizando as embarcações.

Até o momento, além da gasolina e diesel, foram encontrados nas embarcações do tipo “voadeiras” freezers, geradores e antenas de internet, além de uma tonelada de alimentos. “Todos os suprimentos apreendidos serão usados para abastecer a base de controle. Nenhuma embarcação com carregamento de combustível e equipamentos será autorizada a seguir”, informou o órgão, em nota.

De acordo com o Ibama, até a noite de ontem (7), também foram apreendidas duas armas — não foram especificados os tipos — e três barcos com cerca de cinco mil litros de combustível. Até o momento, foram destruídos um helicóptero, um avião, um trator de esteira — usado para abrir ramais na floresta —, e estruturas de apoio logístico ao garimpo.

O Ibama também fiscaliza distribuidoras e revendedoras responsáveis pelo comércio irregular de combustível de aviação. A estrutura para a ação tem sido fornecida pela Funai, e os órgãos declaram ser “fundamental” o apoio dos indígenas.

No ar

No espaço aéreo, a operação é feita pelo Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama, que foca no monitoramento das pistas de pouso clandestinas. O Correio confirmou que as operações anteriores foram feitas nas comunidades Homoxi e Palimiú. “Sobrevoos para identificar e destruir a infraestrutura do garimpo, como aviões, helicópteros, motores e instalações, serão mantidos”, avisou o órgão.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou atenção para a quantidade de pistas ilegais existentes no Território Yanomami. Ele afirmou que 75, das mais de 800 pistas contabilizadas, estão na região da TI. “Não é possível não enxergar isso. Quem permitiu isso tem que ser responsabilizado”, afirmou.

Essas foram as primeiras incursões no garimpo desde que foi anunciado que o governo federal iria intervir na crise sanitária e humanitária que aflige os povos indígenas ianomâmis, no dia 21 de janeiro. 

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