CB.Agro

"Nunca foi identificada a forma grave da 'vaca louca' no Brasil", diz Bruno Lucchi

Segundo diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), a forma atípica da doença surge espontaneamente no animal e não causa risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano

Isabel Dourado*
postado em 24/02/2023 17:20 / atualizado em 24/02/2023 17:24
 (crédito:  Mariana Lins )
(crédito: Mariana Lins )

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) confirmou na quarta-feira (22/2) que o resultado do teste de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) — doença popularmente conhecida como "vaca louca" — em um animal no município de Marabá foi positivo. Os últimos registros de casos do “mal da vaca louca” no Brasil haviam sido em setembro de 2021, em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). 

No caso de Marabá, a possibilidade é de que a doença seja a forma atípica, ou seja, que surge de forma espontânea no animal. Esse é o 6º caso registrado na história do país, que adota protocolo de vigilância há 23 anos. "O país nunca identificou a forma mais tradicional, que é quando o animal é contaminado por causa de sua alimentação", destacou Bruno Lucchi, diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA). Ele foi o entrevistado desta sexta-feira (24/2) do CB.Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília.

Confira entrevista completa (começa aos 9 minutos)

De acordo com Lucchi, a outra forma de o animal desenvolver a doença é por meio de rações feitas com proteína animal contaminada, como por exemplo, farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil é proibido, desde 2004, o uso desse tipo de produto na fabricação de ração para bovinos.

Existem duas formas da enfermidade: a típica (ou clássica) e a atípica. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, a doença é considerada atípica “quando originada dentro do próprio organismo do bovino, se dá de maneira espontânea e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados”. Já a forma clássica do “mal da vaca louca” é transmitida por meio do alimento, o que pode levar à disseminação rápida em um rebanho.

Contra-prova

Lucchi explicou, em entrevista ao Correio, que a Organização Mundial de Saúde Animal foi comunicada sobre o caso e as amostras para exame de tipificação foram enviadas para o laboratório de referência da instituição no Canadá. Ele elogiou, ainda, a agilidade do órgão de defesa sanitária do estado do Pará na identificação do caso da doença.

"Nesse caso no Pará, o órgão de defesa sanitária do estado já fez um brilhante trabalho, identificou, seguiu todos os procedimentos. O primeiro resultado do laboratório de referência no Brasil foi da forma atípica, mas, como a gente segue as normas da organização mundial da saúde animal, toda vez que é identificado um caso a gente comunica e a contra-prova é feita em um laboratório referência internacional, que no caso é no Canadá. Já foi enviado para lá e estamos aguardando o resultado."

As exportações de carne bovina para a China foram suspensas a partir desta quinta-feira (23). No ano passado, a receita das exportações de carne bovina registrou alta de 42% em relação a 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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