RIO DE JANEIRO

Desfile das campeãs do Rio: seis escolas voltam à Sapucaí neste sábado

A expectativa é de Sambódromo lotado, com presença de mais de 100 mil pessoas, segundo a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa)

Agência Brasil
postado em 25/02/2023 09:06 / atualizado em 25/02/2023 09:07
 (crédito:  ALEX FERRO/RIOTUR)
(crédito: ALEX FERRO/RIOTUR)

Neste sábado (25/2), apaixonados pelas escolas de samba vão ter a oportunidade de ver mais uma vez as seis primeiras colocadas do carnaval no Desfile das Campeãs. A expectativa é de Sambódromo lotado, com presença de mais de 100 mil pessoas, segundo a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Os ingressos para as arquibancadas, cadeiras, frisas e os camarotes da Passarela do Samba na Marquês de Sapucaí, no centro da cidade do Rio, se esgotaram ainda na quinta-feira (23).

Programação do desfile

O Desfile das Campeãs está marcado para iniciar às 21h30 e seguirá as normas dos desfiles oficiais. Cada agremiação deverá se apresentar no tempo mínimo de 60 minutos, e máximo, de 70 minutos. Sem a pressão de não poder errar diante dos jurados, torna-se um momento de descontração e alegria para os componentes das escolas de samba.

A ordem de apresentação é inversa à classificação da escola, ou seja, a primeira a desfilar será a sexta colocada. O desfile é encerrado com a grande campeã do carnaval de 2023.

Confira abaixo a ordem de apresentação:

  •  Grande Rio, com o enredo que homenageou o cantor e compositor Zeca Pagodinho;
  • Mangueira, com o enredo As Áfricas que a Bahia canta, que trouxe a ancestralidade negra na terra em que nasceu o samba;
  • Beija-Flor, com o enredo Brava Gente, o grito dos excluídos no bicentenário da Independência e relembrou o 2 de julho de 1823, quando soldados brasileiros derrotaram tropas portuguesas que ainda estavam na Bahia, mesmo após o grito de Dom Pedro I às margens do Ipiranga;
  • Vila Isabel, com o enredo Nessa festa, eu levo fé!, que celebrou as diversas crenças e festas religiosas;
  • Viradouro, vice-campeã de 2023, com a história de Rosa Maria Egipcíaca, a primeira mulher preta a escrever um livro no Brasil e que foi esquecida pela história;
  • Imperatriz Leopoldinense, grande campeã do grupo especial de 2023, traz o enredo O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida, que imaginou a volta do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, à Terra depois de não ter abrigo no inferno e no céu.

A verde e branco de Ramos estava sem ganhar um título há 22 anos. O carnavalesco Leandro Vieira se inspirou na literatura de cordel para desenvolver o enredo, que agradou a comunidade da escola e animou o público que assistia ao desfile oficial.

Quem chegar cedo à Sapucaí poderá ainda assistir a uma exibição da Embaixadores da Alegria, escola de samba formada por pessoas com deficiência, entre elas um grupo de cadeirantes que integram a equipe da Lei Seca, do Detran-RJ.

Como surgiu o desfile

O radialista Rubem Confete, apresentador do programa Histórias do Confete, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, conta que o Desfile das Campeãs teve início na década de 80, depois da inauguração do Sambódromo no carnaval de 1984.

Naquele ano, para cada dia de desfile, um no domingo e outro na segunda-feira, era escolhida uma escola campeã. As escolhidas foram Portela e a Mangueira, respectivamente. No sábado seguinte, as duas disputaram com as melhores do grupo de acesso. A verde e rosa ganhou o título de Supercampeã, que aliás é o único, pois no ano seguinte o título deixou de ser concedido.

No lugar dessa disputa, foi criado o Desfile das Campeãs, com as seis primeiras colocadas após a apuração das notas dos jurados.

"Foi aí [1984] que começou a história do Sábado da Supercampeã. Foi [uma ideia] da Riotur [ Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro], aliada à direção da Associação das Escolas de Samba. Não havia a Liesa [Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro]", explica Confete, chamado de griô ou griot do samba, que na cultura africana é a pessoa que mantém viva a memória do grupo, contando as histórias e mitos daquele povo.

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