"Caixa D'água do Brasil"

Quase 80% do desmatamento do Cerrado mato-grossense é ilegal

Levantamento mostra que a maior parte da área devastada está em grandes propriedades rurais, registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Área desmatada em uma ano foi de 742 km²

Victor Correia
postado em 25/02/2023 17:05
 (crédito: Zuleika de Souza/Divulgação)
(crédito: Zuleika de Souza/Divulgação)

Um levantamento feito pelo Instituto Centro de Vida (ICV) mostra que quase 80% do desmatamento do Cerrado no Mato Grosso foi feito de forma ilegal no ano passado. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram registrados 742 km² de desmatamento no bioma. O valor representa uma redução de 7,6% em comparação ao período de agosto de 2020 a julho de 2021.

"[O Cerrado mato-grossense] É um bioma importante que é conhecido como caixa d'água do Brasil, e abriga nascentes de importantes rios, inclusive os principais rios do Pantanal. Então, é preciso encontrar formas de reduzir drasticamente a destruição desse bioma", explica a coordenadora do programa de Transparência Ambiental do ICV, Ana Paula Valdiones.

Desmatamento ocorre em grandes propriedades rurais

Os dados do estudo foram coletados pelo Projeto de Monitoramento do Cerrado (Prodes Cerrado), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Cocalinho foi o município com maior concentração de áreas desmatadas, com 86 km² de desflorestamento, completamente ilegal. Ribeirão Cascalheira (51,2 km²) e Paranatinga (55,8 km²) seguem no ranking, com ilegalidade de 94% e 60%, respectivamente. O desmatamento afetou inclusive Terras Indígenas e unidades de conservação.

A maioria da área desmatada, 74,3%, está em propriedades rurais inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), e ocorre, em grande parte, em imóveis com área superior a 1.500 hectares. Segundo Ana, como os imóveis estão registrados, as autoridades ambientais conseguem realizar ações para fiscalizar e penalizar os proprietários.

"Além das ações de fiscalização, é importante que os acordos de combate ao desmatamento associado as cadeias da carne e de grãos sejam ampliados para o Cerrado, ajudando a proteger o bioma", acrescentou a coordenadora.

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