VIOLÊNCIA

Autoridades buscam respostas e ações contra à violência em escolas

Governo anuncia a criação de grupo de trabalho com encontros semanais que visa construir propostas que visem dar mais segurança a alunos e professores nas escolas

Taísa Medeiros
Mariana Albuquerque
postado em 07/04/2023 03:30
 (crédito:  Fotográfo/Agência Brasil)
(crédito: Fotográfo/Agência Brasil)

O ministro da Educação, Camilo Santana, coordenou, ontem, a primeira reunião do grupo de trabalho interministerial criado por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a tragédia na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC). O ministro informou que a equipe terá encontros semanais e prazo de três meses para apresentar propostas que visem dar mais segurança a alunos e professores nas escolas, incluindo as instituições de ensino superior.

"Temos 90 dias para apresentar todo o documento final com a proposta dessa política nacional de enfrentamento à violência em escolas", informou.

O grupo interministerial também vai propôr a criação de um protocolo de emergência para ser adotado em caso de ameaças às escolas públicas e privadas. "O que fizemos hoje foi ampliar a participação de instituições e ensino superior." Santana disse ainda que algumas propostas já foram apresentadas nesse primeiro encontro e que uma das tarefas da equipe é coletar e analisar dados sobre os casos de violência e ameaças às escolas.

"Definiremos um conjunto de entidades e especialistas que vamos convidar a participar desse processo. Por exemplo, a nível do Ministério da Educação, vamos encomendar um mapeamento sobre violência nas escolas", completou.

O papel do Ministério dos Direitos Humanos adotará, de acordo com Santana, medidas para o que chamou de "desradicalização". Para ele, há "estímulo ao ódio" na internet, e que aumentar o policiamento nas instituições não é a única medida urgente. "Discutimos um tema que é seriíssimo, que precisa ser enfrentado fortemente, com ações mais urgentes, que é um trabalho de inteligência nas redes sociais, principalmente na chamada 'deep web', essas redes que estimulam a violência, o armamento", concluiu.

Saúde mental

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também pontuou as ações que pretende tomar à frente da pasta. Ela frisou que a violência deve ser tratada como uma questão de saúde pública e citou a importância do Programa Saúde na Escola, criado em 2003, que precisa passar por reformulação para melhor atender os jovens, especialmente no contexto das mídias sociais.

"Hoje, nós temos outros fenômenos em que a comunicação tem um componente fundamental: as redes. A gente precisa promover outras formas que sejam positivas para a juventude do nosso país", disse, na reunião. A reestruturação do programa deverá ter foco na atenção psicossocial dentro do ambiente escolar, com prevenção e atenção à saúde mental de estudantes e profissionais da educação.

"Queremos fortalecê-lo em uma visão abrangente de promoção, de prevenção [à violência] e trabalhar com foco na juventude", disse a ministra, lembrando que a violência é considerada um problema de saúde pública desde a década de 1980. Nesse sentido, a ministra disse que, após a tragédia em Blumenau, contatos com o estado já foram feitos.

"Entramos em contato com a coordenação de Saúde Mental de Blumenau e também com a Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina e vamos colocar essa pauta na reunião do Conselho Nacional de Saúde, na próxima semana", informou. "O governo federal quer contribuir para o acolhimento dos familiares das vítimas, da comunidade escolar e de toda a população da cidade de Blumenau", disse. Nísia frisou, ainda, que não há ligação entre os episódios de violência ocorridos nos últimos dias, mas que há um laço social que os conecta. 

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