PROTESTO

Professora é vítima de racismo e vai a supermercado de lingerie em protesto

Caso aconteceu em Curitiba. Isabel Oliveira foi seguida por segurança enquanto fazia compras

Estado de Minas
postado em 09/04/2023 19:44 / atualizado em 09/04/2023 19:46
 (crédito:  Reprodução/Instagram)
(crédito: Reprodução/Instagram)

Uma cena, no mínimo, inusitada. Mas, na verdade, fruto de indignação. Depois de ter sido mal tratada em um supermercado em Curitiba, a professora Isabel Oliveira foi ao local seminua em protesto à situação vivenciada. Vestindo apenas calcinha e sutiã, ela esteve na loja do Atacadão, na última sexta-feira (7/4), depois de, um pouco antes, ter sido seguida por um segurança enquanto fazia compras. Ao se despir, a intenção foi mostrar que não portava nenhum tipo de arma ou escondia algum produto.

Isabel também é atriz e contadora de histórias. Foi ao mercado no início da tarde daquele dia para comprar itens para o almoço e fórmula para a filha de um ano e dez meses. No intervalo em que esteve no local, um funcionário da segurança começou a segui-la. O funcionário até tentou disfarçar, mas Isabel percebeu sua atitude. Diante da intimidação, ela resolveu perguntar ao homem se era uma ameaça, ao que ele respondeu que apenas cuidava do setor.

Isabel, vítima de racismo em outras ocasiões, não aceitou a versão e começou a fazer um escândalo. Muitas pessoas que estavam no hipermercado lhe deram razão e a incentivaram a acionar a polícia, mas pelo 190 o atendente se recusou a enviar uma viatura, dizendo que o que Isabel relatava não era o bastante para isso. Foi aí que ela resolveu se manifestar pelo Instagram. Também ligou para o marido, que deixou os filhos em casa, e foi até o local para apoiá-la.

Mesmo sabendo que poderia ser detida por atentado ao pudor, a professora teve a ideia de ir novamente à loja apenas com as vestes íntimas. Ela escreveu em seu corpo os dizeres "eu sou uma ameaça?" e, depois de entrar, tirou a roupa.

Foi abordada por outro segurança, e explicou que agia assim para que soubessem que não era um perigo para ninguém. Isabel e o marido, em seguida, compraram a fórmula para a bebê, pagaram e foram para casa. Tudo foi registrado e transmitido ao vivo pelo Instagram.

Ao canal de notícias de Curitiba, Plural, que repercutiu o fato, o Atacadão respondeu em nota:


A empresa informa que apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida. Desde as primeiras manifestações da cliente no local, a supervisão e a gerência da loja se colocaram à disposição para ouvi-la e oferecer o devido acolhimento. Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada. Realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo. Ressaltamos, ainda, que nosso modelo de prevenção tem como foco o acolhimento aos clientes, com diretrizes de inclusão e respeito que também são repassadas aos nossos colaboradores por meio de treinamentos intensos e frequentes.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE