Jornal Correio Braziliense

CRIME EM CONTAGEM

Justiça absolve acusado de matar estudante em boate

Cristiano Guimarães Nascimento, de 22 anos, foi morto por espancamento, na Boate Havana, em abril de 2016; dois ex-policiais militares já foram condenados

Terminou na madrugada desta sexta-feira (14/4) o julgamento do terceiro acusado da morte do estudante de direito Cristiano Guimarães Nascimento, de 22 anos, assassinado por espancamento na porta da Boate Havana, em Contagem, em 8 de abril de 2016. Célio Gomes da Silva, de 37 anos, foi inocentado por 4 votos a 3.

No momento em que as testemunhas iam sendo ouvidas, o réu, a pedido das testemunhas, era retirado da sala de julgamento. A Justiça faculta esse direito às testemunhas.

O irmão de Cristiano, Fabiano Nascimento, lamentou a decisão do júri. “Caiu na impunidade. É Deus mesmo no comando e vamos seguir, porque não é fácil não”.

 As investigações sobre o crime levaram ao indiciamento de três suspeitos. Além de Célio, os policiais militares Jonathas Elvis do Carmo, à época com 27 anos, e Jonas Moreira Martins, que tinha 28, também responderam pelo assassinato. Os dois foram condenados a 14 e cinco anos de prisão, respectivamente, e já estão em liberdade, beneficiados pela lei que faculta o uso da tornozeleira eletrônica após cumprimento de um terço da pena.

Segundo o advogado da família de Cristiano, André Vartuli, no primeiro julgamento, em 2019, Célio estava foragido e não compareceu ao júri. O corpo de jurados daquela época entendeu que ele era inocente em uma decisão de 4 votos a 3.

“No entanto, o Ministério Público recorreu da decisão, por entender que a absolvição ia contra as provas constantes nos autos, inclusive um vídeo que mostra as agressões. Por isso, esse novo julgamento, agora”, explicou Vartuli.

Relembre o caso

Um desentendimento em torno do pagamento de uma conta na boate foi o motivo da briga que terminou com a morte de Cristiano Guimarães Nascimento. Dois soldados do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) foram presos depois que a arma de um deles foi encontrada nas imediações da casa de shows.

A confusão que o levou à morte ocorreu pouco depois das 4h30, em um estabelecimento no Bairro Novo Eldorado. De acordo com a Polícia Militar, uma testemunha, que estava junto a Cristiano, informou que os dois saíam do imóvel, quando a vítima disse que algumas pessoas queriam agredi-lo. Os suspeitos cercaram os dois e começaram as agressões.