GRANDE SÃO PAULO

Médico receita sorvete e videogame para criança com dor de garganta

Caso aconteceu na madrugada do dia 18 na UPA Jardim Conceição em Osasco, na Grande São Paulo; mãe da criança só conferiu a receita já em casa

Estado de Minas
postado em 30/05/2023 17:19
 (crédito: Reprodução/ Redes sociais)
(crédito: Reprodução/ Redes sociais)

Um médico da UPA Jardim Conceição em Osasco, na Grande São Paulo, foi desligado do quadro da Prefeitura após ter receitado uma abordagem incomum no tratamento de uma criança com sintomas de gripe. Segundo a mãe do menino, o médico prescreveu uma série de medicamentos e também indicou o consumo diário de sorvete de chocolate e o jogo de ação "Free Fire".

O caso ocorreu na madrugada do dia 18. Durante a consulta, Priscila da Silva Ramos, mãe da criança, relata em entrevista ao G1 que o médico perguntou ao filho qual sabor de sorvete ele preferia, incluindo a resposta na lista de prescrições. Além disso, ele recomendou que a criança jogasse "Free Fire" todos os dias.

A mãe ressaltou que o médico não fez os procedimentos comuns a uma consulta e se restringiu a perguntar o que o menino sentia e a receitar medicamentos. "Alguns eu conhecia, como dipirona, os outros eu não conhecia, e ele não me explicou nenhum", afirmou.

À reportagem, a mulher também expressou sua preocupação com a prescrição, considerando que seu filho apresentava inflamação na garganta. “Eu só fui ver a receita em casa quando falei com a minha irmã no outro dia. Como vai receitar sorvete de chocolate para um menino com dor de garganta?”, questionou.

A Prefeitura de Osasco confirmou que o diagnóstico do menino era de nasofaringite aguda, ressaltando que o quadro inflamatório agudo não apresentava sinais de gravidade. Quanto ao sorvete, a explicação foi de que o gelado poderia aliviar a dor, proporcionando um efeito anestésico que permitiria que a criança se alimentasse durante a fase aguda da doença.

No entanto, a conduta de prescrever o jogo "Free Fire" como parte do tratamento não foi explicada pelo médico. A prefeitura ainda afirma que, "devido à conduta indevida com o paciente e seus familiares e o não esclarecimento das condutas tomadas, o médico foi desligado do quadro de prestadores de serviços".

De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, o médico tem registro ativo.

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