Saúde

Nova vacina pode proteger bebês e idosos contra a bronquiolite

O pedido de aprovação pela Anvisa está baseado em resultados de estudos clínicos internacionais que demonstraram a segurança e a eficácia da vacina em bebês e idosos

O imunizante é destinado a gestantes e também a idosos e já foi aprovada nos EUA e na União Europeia -  (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O imunizante é destinado a gestantes e também a idosos e já foi aprovada nos EUA e na União Europeia - (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Agência Estado
postado em 26/08/2023 16:37

A farmacêutica Pfizer anunciou que pretende submeter à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nas próximas semanas um pedido de aprovação para uma nova vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite. O imunizante é destinado a gestantes (com o objetivo de proteger bebês recém-nascidos que herdam os anticorpos da mãe) e também a idosos. A vacina já foi aprovada nos EUA e na União Europeia.

O imunizante Abysvo é indicado para gestantes com 32 a 36 semanas de gestação para provocar uma reação imunológica contra infecções do trato respiratório inferior causadas pelo VSR nos recém-nascidos e bebês de até seis meses de idade - principal grupo de risco para as formas graves de infecção pelo vírus. Idosos com mais de 60 anos também são mais vulneráveis a desenvolver quadros respiratórios graves.

A bronquiolite é uma inflamação aguda dos bronquíolos pulmonares terminais; ou seja, das ramificações mais finas que servem para conduzir o ar para dentro dos pulmões. O VSR é o principal responsável pelos casos de bronquiolite e de pneumonia em crianças e idosos.

A doença é a principal causa de internação de crianças de até quatro anos no Brasil. O vírus tem maior incidência nos meses mais frios, do outono e do inverno, mas circula durante todo o ano. O VSR é transmissível pelo ar, por meio de partículas de saliva.

O pedido de aprovação pela Anvisa está baseado em resultados de estudos clínicos internacionais que demonstraram a segurança e a eficácia da vacina na proteção dos bebês e dos idosos. O estudo de fase 3 contou com a participação de mais de sete mil grávidas em 18 centros de pesquisa em todo o mundo, quatro deles no Brasil.

O estudo revelou que o imunizante foi capaz de prevenir em 82% a ocorrência das formas graves de doenças respiratórias em crianças de até três meses e em 69% naqueles de até seis meses de vida. Em idosos a proteção contra quadros graves chega a 85,7%.

"Essa é a primeira e única imunização disponível para proteger os recém-nascidos imediatamente após o seu nascimento e até os seis meses de idade contra o VSR", afirmou a diretora médica da Pfizer no Brasil, Adriana Ribeiro.

"O vírus é o principal causador da bronquiolite, infecção que pode resultar em graves desfechos principalmente para os bebês menores de seis meses", afirmou a diretora médica da Pfizer no Brasil, Adriana Ribeiro.

Atualmente, no Brasil, não existe nenhuma vacina para prevenção contra o VSR. No exterior, uma outra vacina, da GSK, já foi aprovada, mas apenas para idosos.

A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunizações recomendam o uso do medicamento palivizumabe (são cinco injeções ao longo dos meses de maior circulação do vírus) para bebês e crianças. O governo, no entanto, só oferece o medicamento gratuitamente para prematuros.

A mais recente edição do boletim epidemiológico InfoGripe da Fiocruz, divulgado na última quinta-feira, 24, mostra um aumento nos novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em Espírito Santo, Roraima e São Paulo em crianças de 2 a 14 anos. Um quinto desses casos é causado pelo VSR.

"A busca por essa vacina é antiga, não se trata de uma modinha; o problema é que até agora ninguém tinha conseguido algo que funcionasse", explicou a pediatra e infectologista Ana Paula Burian, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, no Espírito Santo. "A estratégia de vacinar as gestantes também é antiga, nós fazemos isso para outras doenças, como gripe, coqueluche, tétano e hepatite B."

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail: sredat.df@dabr.com.br