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Dança erótica atinge a imagem do Ministério da Saúde

Vídeo mostra coreografia em evento organizado pelo Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, da pasta comandada por Nísia Trindade. Episódio foi criticado por governistas e pela oposição

A surpreendente coreografia foi durante 1º Encontro de Mobilização para a Promoção da Saúde no Brasil -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
A surpreendente coreografia foi durante 1º Encontro de Mobilização para a Promoção da Saúde no Brasil - (crédito: Reprodução/Redes sociais)
postado em 07/10/2023 03:55

O vídeo de uma dança erótica, em um evento organizado, em Brasília, pelo Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde, correu, ontem, as redes sociais e causou imenso constrangimento à pasta, ao governo e ao PT. Também atiçou a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atacou o episódio e compartilhou maciçamente as imagens.

Trata-se do segundo episódio de um comportamento inadequado que atinge a imagem do governo em menos de 15 dias. O anterior foram as publicações de Marcele Decothé da Silva, ex-assessora da ministra da Igualdade Racional, Anielle Franco, que em 24 de setembro, data do jogo São Paulo x Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, fez publicações de cunho preconceituoso e discriminatório contra os paulistas e os torcedores do tricolor do Morumbi. Marcele foi demitida horas depois dos registros em uma rede social.

Sobre a exibição sensual no 1º Encontro de Mobilização para a Promoção da Saúde no Brasil, o ministério anunciou uma curadoria para organização de eventos oficiais — que ficará vinculada ao gabinete da ministra Nísia Trindade. Antes, a pasta, por meio de nota, lamentou a dança, cuja classificação foi considerada "inapropriada".

"Uma das apresentações surpreendeu pela coreografia inapropriada. O Ministério da Saúde lamenta pelo episódio isolado, que não reflete a política da SAPS, secretaria responsável pela organização, nem os propósitos do debate sobre a promoção à saúde, e adotará medidas para que não se repita", informou.

No vídeo, uma mulher se exibe de forma provocativa ao som de uma música da cantora Aretuza Lovi. A performance é acompanhada por aplausos do público. A apresentação permitiu à oposição atacar o governo e reforçar a polarização da pauta de costumes no Congresso.

Um dos que se manifestou foi o deputado federal e pastor evangélico Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que disse ter protocolado requerimento cobrando explicações da pasta sobre a dança. "Já dei entrada a um Requerimento de Informação para saber: 1) O custo desse evento e sua planilha de pagamentos. 2) Quem autorizou o evento?"

Bolsonaristas também aproveitaram para criticar o governo, como a deputada Julia Zanatta (PL-SC) e os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Rogério Marinho (PL-RN), Marcos Rogério (PL-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI).

"Chocante como a ideologia contaminou o governo do PT 5! É um seminário de Atenção Primaria do Ministério da Saúde! Atenção primária é isso aí? É isso que salva vidas num sistema que a OMS colocou em 125º lugar? O cupim identitário está corroendo o governo por dentro", criticou Ciro.

Mas mesmo governistas criticaram a coreografia e a chance dada à oposição de fazer críticas em massa. Como o deputado André Janones (Avante-MG). "A maioria não tem a noção do estrago que um episódio como esse da dança na abertura do evento do ministério da saúde causa. A extrema direita saberá capitalizar muito bem, e a cada eleição, esse vídeo virá à tona. Enquanto isso, a gente que lute para explicar que focinho de porco não é tomada. A velha guarda vai fazendo cagada e a gente vai atrás limpando!", atacou.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), também lamentou a coreografia, mas partiu para cima dos bolsonaristas. "Realmente muito ruim que uma apresentação de dança erotizante tenha ocorrido em evento do Ministério da Saúde, que divulgou nota lamentando o erro e anunciando providências. Nada disso justifica as fake news e acusações contra o PT que os bolsonaristas estão fazendo", cobrou.

 

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