terrorismo

Hezbollah: uma milícia que controla um país — saiba como

Grupo conta com o apoio do regime dos aiatolás iranianos e esteve por trás de alguns dos maiores ataques terroristas registrados — como na Argentina. Foi criado a partir da invasão do Líbano pelos israelenses

TOPSHOT - A Lebanese soldier sits in an armoured vehicle as the army deploys amid clashes in the Khalde area, south of the capital, on August 1, 2021. At least five people including three Hezbollah members were killed south of Beirut when a funeral procession for a party member was ambushed, a Lebanese security source told AFP, adding that several people were wounded in the exchange of fire in the Khalde area between members of the Lebanese Shiite group and Sunni residents. (Photo by ANWAR AMRO / AFP) -  (crédito: ANWAR AMRO)
TOPSHOT - A Lebanese soldier sits in an armoured vehicle as the army deploys amid clashes in the Khalde area, south of the capital, on August 1, 2021. At least five people including three Hezbollah members were killed south of Beirut when a funeral procession for a party member was ambushed, a Lebanese security source told AFP, adding that several people were wounded in the exchange of fire in the Khalde area between members of the Lebanese Shiite group and Sunni residents. (Photo by ANWAR AMRO / AFP) - (crédito: ANWAR AMRO)
postado em 09/11/2023 03:55

O Hezbollah é uma milícia criada durante a guerra civil libanesa, nos anos 1980, que conta com o apoio do Irã — cujo governo é composto de clérigos muçulmanos da linha xiita. O grupo tem braços políticos, sociais e militares, e professa uma visão estrita do Islã. Desde a criação, foi responsável por atentados no Oriente Médio, Europa e na América Latina, como o ataque à embaixada israelense em Buenos Aires, em 1992 — que deixou 29 mortos.

Historicamente, o Hezbollah tem laços com a comunidade muçulmana, sobretudo na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. A presença de membros do grupo na região preocupa, há anos, a agências norte-americanas de inteligência.

Com a eclosão da guerra entre Israel e o Hamas, o país e o Hezbollah vêm trocando fogo desde 7 de outubro, quando o grupo terrorista palestino invadiu o território judaico e matou 1,4 mil pessoas, segundo as autoridades israelenses. Com a invasão de Gaza na semana passada, muitos na região temem que o conflito com Hezbollah, que é aliado do Hamas, possa escalar para uma guerra envolvendo também o Líbano e o Irã. Isso deixaria Israel lutando em duas ou, até mesmo, em três, situação que o governo de Tel Aviv pretende evitar.

OLP como alvo

As origens do grupo remontam a uma invasão terrestre envolvendo palestinos. Em 1982, Israel avançou para o sul do Líbano com o objetivo de aniquilar a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cujos líderes utilizavam o país como base. Foi quando se formou um inédito movimento xiita para resistir à ocupação israelense.

O movimento ganhou o nome de Hezbollah, que em árabe significa "Partido de Deus". O grupo logo encontrou um novo aliado no Irã e, nos EUA, um inimigo, depois de se envolver em um atentado suicida na Embaixada norte-americana em Beirute, em 1983.

Israel se retirou do Líbano em 2000, mas o Hezbollah se organizou como força política e, hoje, controla o governo e a burocracia libanesa. Em 2008, o grupo lutou em uma luta sangrenta, que durou 34 dias e deixou áreas de Beirute e outras partes do Líbano arrasadas pelos ataques aéreos de Israel.

Pelo menos 1,1 mil israelenses morreram, de acordo com o Observatório de Direitos Humanos, juntamente com dezenas de soldados de Israel e combatentes do Hezbollah. A guerra também começou na parte norte da fronteira: em julho daquele ano, um ataque do grupo ao território israelense matou oito soldados e sequestrou dois. A violência aumentou rapidamente a partir daí.

 

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