Terrorismo

Preso por possível ligação com o Hezbollah tem passagem pela polícia

Investigações apontam que atentados contra alvos no Brasil estavam na fase de planejamento. Homem já foi fichado por porte ilegal de arma de fogo

 PF prende terroristas brasileiros ligados ao Hezbollah. Suspeitos presos em operação da PF planejavam ataques no Brasil. Os alvos seriam prédios da comunidade judaica no país -  (crédito:  Policia Federal/Divulgação)
PF prende terroristas brasileiros ligados ao Hezbollah. Suspeitos presos em operação da PF planejavam ataques no Brasil. Os alvos seriam prédios da comunidade judaica no país - (crédito: Policia Federal/Divulgação)
postado em 12/11/2023 19:52

O morador de Brasília preso por suspeita de ligação com o grupo terrorista Hezbollah, um homem de 35 anos, tem passagem pela polícia por porte ilegal de arma de fogo. A informação foi confirmada ao Correio por fontes na Polícia Federal que estão atuando no caso.

Ele foi detido no Aeroporto de Guarulhos, quando retornava de Beirute, no Líbano. A suspeita é de que ele foi ao país do Oriente Médio para receber orientações e treinamento. As informações que levaram a prisão foram repassados à PF pelos serviços de inteligência de Israel e dos Estados Unidos.

O preso nega envolvimento com qualquer grupo terrorista ou ato preparatório para atentado. Investigadores detalharam a reportagem que as diligências estão avançadas e que os passos de cinco pessoas são monitoradas há meses e notou-se uma movimentação maior nas últimas semanas.

Diante dos riscos de atentados, os policiais decidiram pedir autorização da Justiça Federal de Minas Gerais para atuar. Duas pessoas foram presas no âmbito da Operação Trapiche, que teve início na semana passada.

A suspeita é de que a Embaixada de Israel, em Brasília, seria um dos alvos. Inicialmente, não foi possível notar ligação dos atos com o conflito que ocorre entre Israel e o Hamas, após ataques em território israelense no dia 7 de outubro.

As investigações ocorrem em três unidades da federação e têm como alvos suspeitos de preparação de atos terroristas, que estariam na fase de recrutamento de extremistas, que seriam pagos para a realização de atentados em diversas cidades.

A PF cumpriu, até agora, 12 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal de Minas Gerais. As ações ocorrem em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. A corporação afirma que a operação foi lançada pela necessidade de interromper atos preparatórios de terrorismo e recrutamento de extremistas. Um cidadão libanês e um sírio, naturalizado brasileiro, são procurados no exterior.

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que informações da inteligência de Israel apontaram que o grupo é financiado pelo Irã e atacaria judeus no Brasil. As declarações geraram irritação na PF e no governo brasileiro, por politizarem o combate ao terrorismo. A avaliação é de que autoridades do país tentaram usar as diligências realizadas em território nacional para justificar ataques a territórios na Palestina, no Líbano e acirrar o clima com o Irã, que é um dos parceiros comerciais do Brasil.

"Os recrutadores e os recrutados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão", informou a corporação, em nota.

Atualmente, os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, e não podem ser alvo de graça, anistia ou indulto, e o cumprimento da pena para esses crimes se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação.

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