Indústria possui boas expectativas com a reforma tributária

Mudança na cobrança dos impostos implica no desenvolvimento do país, segundo análise feita pelo presidente do CNSESI

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postado em 12/06/2023 12:15
 (crédito: Divulgação)
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Na última terça-feira (6), o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) indicou que a reforma tributária tende a ser votada em Plenário na primeira semana do próximo mês, antes do recesso da Câmara dos Deputados, que ocorre no período de 18 a 31 de julho. Relator da proposta na Casa, o parlamentar pontuou que a ideia é avançar com a primeira parte da mudança na tributação brasileira.

Com a aproximação da data para apreciar a proposta, o assunto é abordado com mais afinco no dia a dia da população. Buscando detalhar as alterações que ocorrerão no sistema tributário, o Correio Braziliense e o Conselho Nacional do SESI (CNSESI) realizarão o evento Reforma Tributária e a Indústria, no formato de Correio Debate, na próxima terça-feira (20).

Presença confirmada no evento, Vagner Freitas, presidente do CNSESI, defende que a reforma precisa avançar o quanto antes. O dirigente ressalta também a necessidade do diálogo entre todos os setores acerca da nova tributação e, além disso, avalia os efeitos das mudanças dos impostos para a indústria.

“O que traz desenvolvimento para todas as pessoas é o crescimento da indústria, da produção. Quando a produção cresce, há geração maior de empregos. Falta um plano de desenvolvimento e retomada da indústria. O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin tem falado diretamente com o setor e também temos discutido o que ele e o presidente Lula chamam de ‘neo’ industrialização”, informa Freitas.

É previsto que a reforma alavanque de 12% a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Na avaliação de Freitas, esse percentual traz um novo cenário para o país e oferece uma mudança significativa no que diz respeito ao desenvolvimento. "Nós temos a expectativa de que isso seja um mantra e, com uma indústria desenvolvida, empregos de qualidade serão gerados no Brasil", comenta.

Vagner Freitas, presidente do CNSESI
Vagner Freitas, presidente do CNSESI (foto: Divulgação)

Com o intuito de possibilitar uma melhoria no ambiente de negócios, além de permitir o incentivo ao investimento, maior competitividade da economia brasileira e transparência para os contribuintes, a reforma tributária simplificará o sistema de tributos, substituindo cinco impostos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), também conhecido como Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Na avaliação de Freitas, a reforma tributária é extremamente essencial para a proposta do governo de ter recursos para investimento no Brasil. Segundo o presidente do CNSESI, o país tem condições de fazer isto, porque já foi compreendido que é necessária uma redistribuição justa da carga tributária.

“É preciso ter escalas maiores e mais gente contribuindo para o produto do Brasil crescer. Agora, não é mais uma opinião isolada de um outro grupo da sociedade. Mais pessoas e mais setores da sociedade percebem que não é apenas uma política para punir determinado setor. É uma política de Estado que precisa ser construída. É uma política econômica. Não tem que se ideologizar essa questão. O governo não faz serviço público sem arrecadação e não pode tirar mais de quem já contribui. Tem que tirar e buscar onde não tem contribuição”, contextualiza.

Conheça o Conselho Nacional do SESI

Órgão normativo e deliberativo do Serviço Social da Indústria (SESI), o CNSESI é responsável por fixar diretrizes, aprovar orçamentos e fiscalizar projetos e ações da entidade, respeitando a autonomia de cada unidade. O Conselho é composto por representantes da indústria, trabalhadores indicados por centrais sindicais e representantes do governo.

Na década de 1940, empresários dos setores da indústria, agricultura e comércio acharam necessário criar um plano de ação social para o Brasil. Formalizado na Carta Econômica de Teresópolis, de 1945, a ideia ganhou força após uma reunião de sindicatos patronais e empregados de Minas Gerais.

“Ali, elaborou-se a Carta da Paz Social, amparada pelos princípios de solidariedade social que nortearam, algum tempo depois, a criação do SESI e do órgão responsável pela sua normatização, o Conselho Nacional”, explica Freitas.

Matéria escrita pela jornalista Gabriella Collodetti

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