O cinema de terror está vivendo um momento dourado e não é à toa. Filmes como A Substância e Nosferatu estão provando que o gênero vai muito além de sustos baratos. Em 2024, vimos produções que ganharam Globo de Ouro e Festival de Cannes, mostrando que terror pode ser arte de primeira qualidade. A cada ano, novos diretores reinventam fórmulas antigas e criam experiências que ficam grudadas na nossa mente por semanas.
O legal é ver como o terror se adapta aos medos de cada época. Nos anos 70, O Exorcista mexia com questões religiosas. Hoje, A Substância fala sobre pressão estética e etarismo. O gênero sempre foi um espelho da sociedade, refletindo nossos medos mais profundos de forma que entretenha e, ao mesmo tempo, faça a gente pensar sobre o mundo ao nosso redor.
O que faz um filme de terror virar clássico?
Um filme de terror se torna clássico quando consegue criar algo novo e duradouro. Entrevista com o Demônio de 2024, por exemplo, misturou programa de TV com found footage de um jeito que ninguém tinha visto antes. David Dastmalchian entregou uma performance que deixou todo mundo falando, e o filme conseguiu 97% no Rotten Tomatoes justamente por ousar ser diferente.
A atmosfera também é fundamental. Midsommar quebrou todas as regras ao colocar terror em plena luz do dia, em meio a flores e festivais. Ari Aster provou que não precisamos de casas mal-assombradas e porões escuros para criar algo perturbador. Essa capacidade de surpreender e subverter expectativas é o que separa os grandes clássicos dos filmes esquecíveis que saem todo ano.
Por que filmes antigos ainda assustam hoje?
Psicose de 1960 continua sendo citado como referência porque Alfred Hitchcock entendeu que o verdadeiro terror vem da mente humana. A cena do chuveiro ainda é estudada em escolas de cinema pelo mundo todo. Esses filmes clássicos tocam em medos universais que não mudam com o tempo, como morte, traição e perda de controle sobre nossas próprias vidas.
O Exorcista ainda consegue incomodar porque trabalha com a ideia de uma criança inocente sendo corrompida por forças do mal. São temas que atravessam gerações e culturas. George A. Romero criou o filme de zumbi moderno com A Noite dos Mortos Vivos, mas a obra funciona até hoje porque é, na verdade, uma crítica social sobre como as pessoas reagem em situações de crise.
Como os streamings mudaram o terror?
As plataformas de streaming revolucionaram o acesso aos clássicos do terror. Agora você pode assistir O Iluminado na Max, Carrie no Amazon Prime Video e O Bebê de Rosemary na Apple TV sem sair de casa. Essa facilidade criou uma nova geração de fãs que está descobrindo obras-primas que talvez nunca tivessem chance de ver no cinema.
O streaming também deu espaço para produções independentes que talvez não chegassem aos cinemas. Oddity: Objetos Escuros, um terror irlandês que virou sensação em 2024, conseguiu alcançar público mundial através dessas plataformas. Damian McCarthy criou um filme com orçamento baixo que competiu de igual para igual com grandes produções hollywoodianas, algo impensável alguns anos atrás.
Qual é o futuro do cinema de terror?
2025 promete ser um ano incrível para o gênero. Guillermo del Toro está preparando um novo Frankenstein com Oscar Isaac e Jacob Elordi. M3GAN 2.0 chega para continuar a história da boneca assassina que fez sucesso. E temos também Premonição 6: Laços de Sangue, o primeiro filme da franquia em 14 anos.
O que mais empolga é ver como novos diretores estão misturando terror com outros gêneros. A Substância funciona como drama psicológico e body horror ao mesmo tempo. Longlegs: Vínculo Mortal com Nicolas Cage misturou investigação policial com elementos sobrenaturais de um jeito que criou algo completamente novo. O futuro do terror está em quebrar barreiras e criar experiências que vão além do susto tradicional.
Por que o terror é mais popular agora?
Vivemos tempos incertos e o terror sempre floresce quando a sociedade está passando por mudanças. A Primeira Profecia fala sobre conspirações religiosas num momento em que teorias conspiratórias estão por toda parte. Abigail mistura comédia com vampiros numa época em que precisamos rir para não chorar diante de tantos problemas mundiais.
O terror também se tornou mais inclusivo e inteligente. Florence Pugh em Midsommar não é apenas uma vítima, ela é uma personagem complexa passando por trauma e transformação. Maika Monroe em Longlegs é uma detetive forte que conduz a investigação. Essas mudanças atraem públicos que antes não se interessavam pelo gênero, expandindo o alcance e a relevância do terror no cinema atual.










