O Telescópio Espacial James Webb tem chamado atenção desde seu lançamento, em 2021, por revelar imagens detalhadas de galáxias, nebulosas e exoplanetas distantes. Com tecnologia avançada, o equipamento permite observar regiões do Universo nunca antes vistas, contribuindo para o entendimento da origem e evolução dos corpos celestes. O Webb se destaca por sua capacidade de captar luz infravermelha, tornando possível enxergar objetos formados logo após o Big Bang.
Apesar de sua potência, o James Webb não consegue observar todos os planetas do Sistema Solar. Embora seja capaz de captar sinais de galáxias a bilhões de anos-luz, há limitações quando se trata de planetas próximos, como Mercúrio, Vênus e a própria Terra. Isso ocorre devido à localização estratégica do telescópio e à sensibilidade de seus instrumentos, que exigem condições específicas para operar corretamente.
Por que o James Webb não observa Mercúrio, Vênus e Terra?
A principal razão para o James Webb não conseguir visualizar esses três planetas está relacionada à sua órbita e ao funcionamento de seus equipamentos. O telescópio está posicionado no chamado ponto de Lagrange 2 (L2), a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, sempre mantendo o Sol, a Terra e a Lua em uma mesma direção, atrás de seu escudo solar. Esse posicionamento permite que o Webb fique protegido do calor e da luz intensa desses corpos celestes, essenciais para que seus sensores infravermelhos funcionem em temperaturas extremamente baixas, próximas a –225°C.
Se o telescópio fosse direcionado para observar Mercúrio, Vênus ou a Terra, ele precisaria apontar seus instrumentos na direção do Sol. Isso comprometeria o isolamento térmico proporcionado pelo escudo solar, expondo os sensores a uma quantidade de calor e luz que poderia danificá-los permanentemente. Portanto, a impossibilidade de observar esses planetas não é uma falha, mas sim uma consequência do projeto voltado para a observação do Universo profundo.
Como funciona a órbita do James Webb?
O James Webb foi projetado para orbitar o ponto L2, onde as forças gravitacionais do Sol e da Terra se equilibram. Esse local oferece estabilidade e permite que o telescópio economize combustível, mantendo-se praticamente fixo em relação à Terra. Além disso, o escudo solar do Webb, do tamanho de uma quadra de tênis, bloqueia o calor e a luz do Sol, da Terra e da Lua, garantindo que os instrumentos permaneçam resfriados e operem com máxima eficiência.
Essa configuração é fundamental para a missão do telescópio, que é captar sinais infravermelhos de objetos muito distantes e antigos. O calor emitido por planetas próximos, como a Terra, seria interpretado como ruído pelos sensores, prejudicando a qualidade das observações. Por isso, o Webb foi projetado para evitar qualquer exposição direta a essas fontes de calor.

Quais planetas e objetos o James Webb pode observar?
Mesmo com as restrições impostas pelo seu posicionamento, o James Webb consegue estudar grande parte do Sistema Solar. O telescópio já realizou observações detalhadas de Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e suas luas. Além disso, é capaz de analisar asteroides, cometas e objetos do Cinturão de Kuiper, como Plutão, que estão suficientemente afastados do brilho solar para não comprometer a integridade dos instrumentos.
- Marte: O planeta mais próximo do Sol que o Webb pode observar.
- Júpiter e Saturno: Imagens detalhadas de anéis, atmosferas e luas.
- Urano e Netuno: Estudo das atmosferas e sistemas de anéis.
- Objetos do Cinturão de Kuiper: Observação de corpos gelados e distantes.
O que aconteceria se o James Webb apontasse para o Sol?
Apontar o James Webb para o Sol, ou para planetas próximos a ele, resultaria em superaquecimento dos sensores infravermelhos. O escudo solar perderia sua função protetora, expondo os delicados equipamentos a temperaturas elevadas. Isso poderia causar danos irreversíveis e encerrar a missão do telescópio prematuramente. Diferente do Hubble, que pode ser reparado em órbita, o Webb está localizado muito longe para receber manutenção.
O design do James Webb reflete um equilíbrio entre inovação tecnológica e proteção dos instrumentos. Ao priorizar a observação do Universo profundo, o telescópio amplia as fronteiras do conhecimento astronômico, mesmo sem poder registrar imagens dos planetas mais próximos do Sol.







