A segunda temporada de The Last of Us chegou fazendo barulho na HBO Max, mas não por bons motivos para alguns fãs. As mudanças que Craig Mazin e Neil Druckmann fizeram no personagem Tommy, interpretado por Gabriel Luna, dividiram opiniões de forma bem intensa. Quem jogou The Last of Us Part II notou logo de cara que o Tommy da série é bem diferente do jogo.
No jogo original, Tommy é aquele cara que age por impulso quando se trata da morte do irmão. Mas a série da HBO decidiu transformá-lo em um líder mais ponderado, que pensa duas vezes antes de agir. Essa mudança não foi bem aceita por uma galera que esperava ver a mesma sede de vingança que o personagem tem no videogame. O resultado foi uma chuva de críticas nas redes sociais.
Por que Tommy não foi com Joel na patrulha fatal?
A maior mudança acontece logo no começo da temporada. No jogo, Tommy e Joel sempre fazem as patrulhas juntos, especialmente as mais perigosas. Mas na série, os roteiristas decidiram que Tommy ficaria em Jackson durante a tempestade de neve, enquanto Dina acompanha Joel no encontro fatal com Abby.
Essa troca foi proposital e bem pensada pelos criadores. Gabriel Luna até questionou os roteiristas sobre isso, perguntando se Tommy realmente seria tão descuidado a ponto de cair numa armadilha. A resposta foi que não, Tommy é um veterano experiente demais para isso. Na série, é Dina quem grita o nome de Joel, revelando sua identidade para Abby e selando o destino do protagonista.
Como o ataque a Jackson mudou Tommy para sempre?
A série inventou uma batalha épica contra uma horda de infectados em Jackson que não existe no jogo. Essa cena custou uma fortuna para produzir, mas serviu para mostrar Tommy como o verdadeiro herói e líder da comunidade. Enquanto Joel estava lidando com seus traumas pessoais, Tommy estava na linha de frente protegendo todo mundo.
Esse momento estabeleceu Tommy como alguém que escolheu a responsabilidade em vez da vingança. Na série, ele tem uma esposa, Maria, e um filho pequeno, Benjamin. Diferente do jogo, onde ele sai correndo atrás de Abby assim que Joel morre, o Tommy da série pondera as consequências. Ele sabe que Jackson precisa de proteção e que sair numa missão suicida pode deixar a comunidade vulnerável.
Qual é a real motivação de Tommy na segunda temporada?
Aqui é onde a coisa fica interessante. No jogo, Tommy vai para Seattle movido puramente pela vingança. Mas na série, suas motivações parecem ser bem mais complexas. Gabriel Luna construiu um personagem que equilibra a dor da perda com a responsabilidade de liderar uma comunidade inteira.
A série mostrou que Tommy escolheu se estabelecer e formar uma família depois de anos vagando pelo mundo pós-apocalíptico. Ele optou pela estabilidade em vez da vida nômade que Joel levava. Quando Jesse revela que Tommy foi para Seattle, isso sugere que ele pode ter outras motivações além da vingança, talvez proteger Ellie ou tentar impedir que ela cometa os mesmos erros que ele e Joel já cometeram.
Por que os fãs estão revoltados com essas mudanças?

A revolta dos fãs tem fundamento. No jogo, Tommy é fundamental para toda a dinâmica da vingança. Ele é quem meio que empurra Ellie para continuar a caçada, mesmo quando ela quer desistir. Tirar essa característica dele muda completamente a dinâmica da história e pode afetar o desenvolvimento de Ellie como personagem.
Muita gente sente que a série está suavizando Tommy demais, transformando-o numa versão “politicamente correta” do personagem original. Os fãs argumentam que a sede de vingança dele era importante para mostrar como a violência afeta diferentes pessoas de formas diferentes. Sem isso, Tommy perde uma parte crucial de sua personalidade e propósito na narrativa.
O que esperar de Tommy no resto da temporada?
A grande questão agora é como Tommy vai se comportar em Seattle. No jogo, ele vira praticamente um “exército de um homem só”, causando terror na WLF e forçando Abby a sair da cidade. Se a série mantiver essa parte da história, vai ser interessante ver como Gabriel Luna vai interpretar essa transformação.
A presença de Tommy em Seattle garante que pelo menos parte de sua história do jogo vai acontecer na série. Isso é importante porque mostra que os roteiristas não abandonaram completamente o arco original do personagem. Talvez vejamos um Tommy que começa relutante mas gradualmente se transforma no caçador implacável que conhecemos do jogo. Só o tempo vai dizer se essas mudanças vão funcionar ou se os fãs continuarão insatisfeitos com a nova versão do personagem.










