Com o avanço da idade, muitos acreditam que a perda dos dentes é um fato inexorável do envelhecimento. No entanto, pesquisas recentes e orientações de profissionais da área odontológica mostram que é possível preservar a saúde bucal por muitos anos, desde que adotados cuidados específicos. Com base em dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) de 2020, aproximadamente 11% dos adultos entre 65 e 74 anos perderam todos os dentes, um número que cresce para 20% após os 75 anos. Apesar desses índices, especialistas reforçam que perder os dentes com o passar do tempo não é uma obrigatoriedade biológica.
Muitas vezes, doenças periodontais são silenciosas e acabam danificando estruturas essenciais para a mastigação e a fala. O acompanhamento regular com dentistas permite identificar problemas como gengivite e periodontite quando ainda estão no início, facilitando o tratamento e evitando consequências mais sérias. Além disso, algumas condições bucais comuns em idosos podem estar relacionadas a doenças crônicas, ressaltando a importância do monitoramento constante da saúde oral.
Como a saúde gengival impacta a prevenção da perda dentária?
O bem-estar das gengivas é um fator determinante para manter os dentes saudáveis ao longo do tempo. Cerca de dois terços dos adultos acima dos 65 anos apresentam algum grau de doença gengival, que, se não tratada, pode levar à instabilidade dos dentes e posterior perda. Gengivas inflamadas, sangramento durante a escovação, retração gengival e sensibilidade são sinais de alerta que merecem atenção imediata de um profissional.
Quando os tecidos de suporte dos dentes são comprometidos por infecções, existe também o risco de inflamação crônica, que pode desencadear outras condições, como aumento da chance de doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral e até diabetes. Estudos recentes ainda apontam que a perda dentária está associada a maior risco de desenvolver demência em idosos, evidenciando a conexão direta entre saúde oral e bem-estar geral.

Quais hábitos diários são essenciais para evitar a perda dos dentes?
A adoção de práticas cotidianas pode fazer grande diferença na prevenção da perda dentária. Dentre as principais recomendações de profissionais de odontologia estão a escovação regular, ao menos duas vezes por dia, de preferência com escovas elétricas, que promovem limpeza mais eficiente, e o uso de enxaguantes bucais e fio dental ou irrigadores orais, especialmente indicados para pessoas com limitações de mobilidade.
- Evitar cigarro: o hábito de fumar pode aumentar em até três vezes a probabilidade de perder todos os dentes em relação a não fumantes.
- Cuidar da alimentação: optar por alimentos menos açucarados e evitar balas e pastilhas tradicionais auxilia na proteção do esmalte dos dentes.
- Beber água com frequência: manter a boca hidratada reduz o risco de cáries e infecções, especialmente em quem sofre de boca seca devido a medicamentos ou condições médicas.
Profissionais recomendam também adaptar as visitas ao dentista conforme a necessidade individual, variando de uma vez a cada doze meses até intervalos menores, quando há doenças associadas ou maior risco de complicações. O acompanhamento clínico permite intervenções rápidas e preserva a qualidade de vida dos idosos.
O que fazer quando há dificuldade financeira para acessos a tratamentos odontológicos?
Muitos idosos enfrentam obstáculos financeiros na hora de buscar atendimento odontológico, já que apenas cerca de 30% possuem algum tipo de convênio ou seguro dentário. Nesse cenário, alternativas como planos de desconto, clínicas universitárias e centros de atendimento comunitário podem ser uma saída viável. Essas opções costumam oferecer valores reduzidos ou escalonados conforme a renda do paciente, facilitando o acesso a tratamentos preventivos e corretivos.
- Buscar informações em associações locais de idosos, que frequentemente dispõem de parcerias com clínicas para atendimento a preços acessíveis.
- Consultar programas de saúde pública ou entidades filantrópicas locais, que podem oferecer serviços gratuitos ou subsidiados, principalmente para procedimentos essenciais.
- Verificar junto ao dentista possibilidades de negociação e parcelamento, priorizando sempre a manutenção da rotina de higiene bucal para evitar custos maiores no futuro.
A escolha por hábitos saudáveis, o acompanhamento odontológico adaptado às necessidades de cada indivíduo e o acesso a informações sobre recursos financeiros disponíveis ampliam as chances de manter os dentes naturais por mais tempo. Com atitudes preventivas e acompanhamento especializado, é possível envelhecer com qualidade e saúde bucal, preservando não apenas os dentes, mas também a autoestima e a capacidade de manter uma alimentação variada e equilibrada.








