Entre as diversas substâncias essenciais ao organismo, poucas geram tanta discussão quanto a vitamina D. Popularmente associada apenas à saúde dos ossos, essa vitamina participa de processos que envolvem músculos, sistema imunológico, equilíbrio hormonal e até bem-estar emocional.
Vitamina D para que serve e por que é tão importante para a saúde
A vitamina D é um hormônio lipossolúvel produzido principalmente na pele a partir da exposição aos raios ultravioleta B (UVB). Depois de formada, passa por transformações no fígado e nos rins até se tornar ativa, facilitando a absorção de cálcio e fósforo, regulando a renovação óssea e contribuindo para a força muscular, o que ajuda a evitar quedas e fraturas, especialmente em idosos (Bischoff-Ferrari et al, 2006)
Além da função esquelética, estudos apontam que a vitamina D adequada influencia o sistema imunológico, modulando respostas inflamatórias e ajudando o organismo a lidar melhor com infecções. Há também relação com estabilidade do humor e redução do risco de alguns transtornos afetivos, fazendo com que muitos profissionais de saúde a vejam como um marcador global de equilíbrio do organismo, e não apenas como um nutriente ligado aos ossos (Aranow, 2011).
Quais são os principais sinais de deficiência de vitamina D
A falta de vitamina D pode se manifestar de forma discreta e progressiva, com sinais que se confundem com estresse, envelhecimento ou excesso de trabalho. Com o tempo, é comum surgirem queixas de cansaço persistente, dores musculares, alteração na pele, queda de cabelo e maior fragilidade nas unhas, além de maior suscetibilidade a infecções.
Entre os sintomas frequentemente relatados em quadros de hipovitaminose D, destacam-se:
- Cansaço frequente e sensação de baixa energia, mesmo após noites de sono razoáveis;
- Dores musculares difusas ou sensação de fraqueza ao realizar esforços simples;
- Dores ósseas leves, em especial em regiões como coluna, quadris e joelhos;
- Queda de cabelo mais intensa que o habitual, com fios afinando ao longo dos meses;
- Pele ressecada, com descamação em áreas como rosto, cotovelos e pernas;
- Unhas quebradiças ou que lascam com facilidade;
- Alterações de humor, incluindo irritabilidade e episódios de desânimo persistente;
- Queda de imunidade, com infecções respiratórias de repetição.
Esses sinais não confirmam, sozinhos, a falta de vitamina D, pois também aparecem em outras condições clínicas comuns. Por isso, é importante a avaliação de um profissional de saúde, que pode solicitar exames de sangue específicos, como a dosagem de 25(OH)D, para identificar se há deficiência e qual o grau de comprometimento.

Como manter bons níveis de vitamina D no dia a dia
Manter a vitamina D adequada envolve combinar exposição solar segura, alimentação equilibrada e, quando necessário, suplementação orientada. Costuma-se indicar a exposição de pequenas áreas do corpo, como braços e pernas, por alguns minutos, em horários de menor risco, variando conforme tom de pele, localidade e época do ano, sempre com cuidado para evitar queimaduras e excesso de sol.
Na alimentação, embora a oferta natural de vitamina D seja limitada, alguns alimentos podem ajudar a complementar os níveis diários:
- Peixes gordurosos, como salmão, sardinha e atum;
- Gema de ovo e fígado;
- Laticínios e bebidas fortificadas com vitamina D;
- Cogumelos expostos à luz ultravioleta.
Quando a deficiência é mais acentuada, médicos podem prescrever suplementos de vitamina D em gotas, cápsulas ou comprimidos, ajustando a dose conforme idade, estado de saúde, peso corporal e exames laboratoriais. A automedicação com doses altas não é recomendada, pois o excesso de vitamina D também pode trazer riscos, como alterações em cálcio e função renal.
Para aprofundar no tema, trouxemos o vídeo da nutricionista Karen Gradwol, que trouxe as melhores opções para aumentar a vitamina D:
@nutrikarengradwol Desse jeitinho, dua Vitamina D nao escapa! Ela sobe!!! Assista até o final e deixe aqui seu comentário: Você sabia disso? #vitaminad #deficiencianutricional #nutricionista ♬ Tropical – Izabella Creator BM
Quando buscar ajuda profissional para investigar a vitamina D
Pessoas que identificam vários dos sinais mencionados, especialmente se associam essas queixas a pouca exposição ao sol ou a doenças crônicas, podem se beneficiar de uma avaliação médica. O profissional considera fatores como idade, uso de medicamentos, hábitos alimentares, rotina de trabalho e histórico familiar para decidir se é necessário solicitar exames de vitamina D.
Em grupos específicos, como idosos, gestantes, pessoas com osteoporose, doenças autoimunes ou que passaram por cirurgias bariátricas, o monitoramento da vitamina D costuma ser ainda mais rigoroso. Nesses casos, níveis adequados podem reduzir o risco de fraturas, apoiar o sistema imunológico e favorecer a recuperação geral, ajudando a esclarecer se a vitamina D baixa está presente e qual o melhor caminho para corrigi-la com segurança.
Referências bibliográficas
- BISCHOFF-FERRARI, H. A. et al. Effect of Vitamin D on falls: a meta-analysis. JAMA, v. 291, n. 16, p. 1999.
- ARANOW, C. Vitamin D and the immune system. Journal of Investigative Medicine, v. 59, n. 6, p. 881–886, 2011.










