Em quase todas as cidades do mundo, manter portas e janelas trancadas é uma regra básica de segurança. Mas existe um lugar onde ninguém usa fechaduras, e deixar a porta aberta é algo normal. Esse lugar é Longyearbyen, na Noruega, uma pequena cidade no Círculo Polar Ártico onde os moradores não trancam suas casas – não por confiança total nos vizinhos, mas por um motivo inesperado: ursos polares.
Mas por que essa cidade adota essa prática tão incomum? E como é a vida em um lugar onde as portas sempre ficam destrancadas?
Por que ninguém tranca as portas em Longyearbyen?
Longyearbyen é uma das cidades mais ao norte do mundo, localizada no arquipélago de Svalbard, uma região remota do Ártico. Com pouco mais de 2.000 habitantes, a cidade enfrenta temperaturas congelantes e longos períodos de escuridão no inverno. Mas o verdadeiro motivo para as portas ficarem sempre abertas são os ursos polares, que superam em número os humanos na região.
A presença constante desses predadores faz com que os moradores precisem estar sempre prontos para escapar. Caso alguém se depare com um urso polar na rua, encontrar rapidamente um abrigo pode ser a única chance de sobrevivência. Por isso, é uma regra não escrita em Longyearbyen que as portas das casas, lojas e até carros devem permanecer destrancadas para que qualquer pessoa possa entrar em caso de emergência.

Como é viver em um lugar com ursos à espreita?
Além das portas destrancadas, outras regras incomuns fazem parte do cotidiano dos moradores. Andar armado, por exemplo, é obrigatório ao sair da cidade, pois os encontros com ursos podem ser fatais. Muitos residentes carregam rifles ou pistolas sinalizadoras para afastar os animais caso necessário.
A cidade também adota políticas rigorosas para evitar atrair os ursos para áreas urbanas. O lixo é armazenado em locais protegidos, e os moradores são constantemente alertados sobre possíveis aparições dos animais.
Curiosidades sobre Longyearbyen
- Mais ursos do que pessoas – Estima-se que haja cerca de 3.000 ursos polares em Svalbard, enquanto a cidade tem apenas 2.000 habitantes.
- Sol da meia-noite e escuridão total – No verão, o sol nunca se põe; no inverno, a cidade passa meses sem luz do dia.
- Proibido morrer na cidade – Devido ao solo congelado, corpos não se decompõem, então os doentes terminais precisam ser transferidos para o continente.
- Sem gatos – Para proteger a fauna local, é proibido ter gatos como animais de estimação em Longyearbyen.
- Uma das comunidades mais seguras do mundo – Além da ameaça dos ursos, crimes são praticamente inexistentes, e a cidade tem um alto nível de confiança entre os moradores.
Uma cidade sem fechaduras é um exemplo de confiança ou necessidade?
Embora a prática de deixar as portas destrancadas possa parecer um sinal de confiança entre os moradores, em Longyearbyen, ela é uma questão de sobrevivência. A cidade se adapta às condições extremas do Ártico, provando que, em alguns lugares do mundo, a segurança significa muito mais do que apenas evitar roubos.
Seja pela presença dos ursos ou pelo forte senso de comunidade, Longyearbyen se destaca como um dos lugares mais peculiares do planeta – onde portas abertas podem significar a diferença entre a vida e a morte.










