Nos últimos anos, o reconhecimento de condições de saúde mental em animais de estimação tem ganhado destaque, com particular ênfase na descoberta de que cães podem apresentar sintomas semelhantes ao Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em humanos. Pesquisadores desenvolveram um novo meio de identificar esses sinais em cães, classificando-os como “em risco” quando exibem um determinado número de sintomas. Entre os sinais estão a incapacidade de foco, inquietação, ações impulsivas e perda da capacidade de realizar tarefas.
O reconhecimento precoce desses sintomas pode ser essencial para que os animais recebam o tratamento adequado. Estudos anteriores indicam que até 20% dos cães naturalmente demonstram comportamentos associados ao TDAH, como hiperatividade e desatenção. Algumas raças, incluindo Pastor Alemão, Border Collie e várias raças terriers, são mais propensas a apresentar inquietude, especialmente se o estilo de vida não for suficientemente ativo. Fatores como idade e sexo também desempenham um papel importante no risco de desenvolvimento desses sintomas em cães.
Como o teste para TDAH em cães foi desenvolvido?
O teste surgiu de pesquisas realizadas na Universidade Eötvös Loránd, na Hungria, onde quase 1.900 cães foram analisados. Dentre esses, 79 preenchiam todos os critérios que sugerem a condição, um número que reflete taxas de prevalência semelhantes às observadas em adultos com TDAH. Entretanto, esses resultados não são suficientes para um diagnóstico definitivo. Especialistas recomendam que o diagnóstico seja baseado em múltiplas fontes: um questionário avaliado pelo proprietário, um teste comportamental curto e uma consulta com um especialista.

Quais são os fatores de risco para TDAH em cães?
Além das predisposições raciais, fatores de estilo de vida influenciam diretamente os sintomas do TDAH em cães. Aqueles que passam mais tempo sozinhos ou participam de poucas atividades estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de comportamentos associados à condição. Para mitigar esses sintomas, é crucial que os cães recebam atenção adequada e mantenham um nível suficiente de exercício físico. Em alguns casos, pode ser necessário treinamento comportamental adicional para ajudar a gerenciar a hiperatividade e a impulsividade.
Quais são as implicações destas descobertas para o tratamento de cães?
O desenvolvimento de métodos para identificar o TDAH em cães abre novas possibilidades para tratamento e intervenção precoce, ajudando-os a viver vidas mais felizes e equilibradas. Embora o teste atual não seja uma ferramenta diagnóstica completa, ele representa um passo importante para o entendimento e cuidado dessas condições em animais de estimação. Espera-se que futuros aprimoramentos tornem o teste mais preciso e acessível ao público, facilitando o reconhecimento por parte dos donos e possibilitando intervenções mais eficazes por parte dos veterinários.
A abordagem de tratar sintomas de TDAH em cães ainda é um campo emergente. Com o avanço da pesquisa, novas estratégias de manejo poderão ser desenvolvidas, melhorando a qualidade de vida dos cães afetados e contribuindo para um relacionamento mais saudável entre os animais de estimação e seus proprietários.










