Um novo estudo revela que mudanças no estilo de vida, eficazes na redução do risco de doenças cardíacas, como exercício, alimentação saudável e interação social, também podem proteger contra a demência. Pesquisadores da Florida Atlantic University descobriram que esses hábitos diários podem ajudar a diminuir o impacto crescente do declínio cognitivo, sugerindo que a perda de função cognitiva não é uma parte inevitável do envelhecimento.
- Quase 60 milhões de pessoas sofrem de demência em todo o mundo.
- A mesma pesquisa destaca que esses números podem mais que dobrar até 2050.
- Estilos de vida associados a fatores de risco modificáveis são fundamentais na prevenção.
Como um estilo de vida saudável influencia o risco de demência?
Pesquisas anteriores revelam que fatores de risco como inatividade física, má alimentação, obesidade, consumo de álcool e condições como hipertensão e diabetes contribuem para o declínio cognitivo. O novo estudo, publicado no American Journal of Medicine, identifica que mudanças terapêuticas no estilo de vida, já comprovadas na redução do risco de doenças cardíacas, também auxiliam na redução do declínio cognitivo.
Intervenções de estilo de vida para melhorar a cognição
No estudo, cientistas realizaram o primeiro grande ensaio clínico nos EUA para testar se mudanças intensivas no estilo de vida podem melhorar os resultados cognitivos em adultos mais velhos com alto risco de declínio. Participantes submetidos aleatoriamente a uma intervenção de estilo de vida estruturada em equipe mostraram melhorias clinicamente significativas na cognição global ao longo de dois anos.
Os participantes demonstraram ganhos nas funções executivas como memória, atenção, planejamento e tomada de decisão. A abordagem incluiu atividade física regular e dietas como a Mediterrânea e a Dash, além de estimulação cognitiva e engajamento social.

Benefícios transformadores para a saúde do cérebro
As descobertas indicam que mudanças de estilo de vida, anteriormente associadas à redução de doenças cardíacas e câncer, também possuem um potencial transformador para a saúde do cérebro. A atividade física, suspeitam os cientistas, aumenta o fator neurotrófico derivado do cérebro, que apoia o crescimento do hipocampo enquanto melhora o fluxo sanguíneo e reduz a inflamação.
Complementando a atividade física com uma dieta Mediterrânea e estilo Dash, é possível diminuir o estresse oxidativo e melhorar a sensibilidade à insulina, bem como os riscos de doenças cardiovasculares. Recentemente, especialistas também vêm destacando a importância da qualidade do sono na prevenção da demência, já que noites mal dormidas têm sido associadas ao acúmulo de proteínas nocivas no cérebro.
Impacto na prática clínica e políticas de saúde
Dr. Parvathi Perumareddi, coautor do estudo, afirma que as implicações são enormes para a prática clínica, saúde pública e políticas governamentais. “Os clínicos agora têm ferramentas poderosas e baseadas em evidências para ajudar seus pacientes a prevenir ou desacelerar o declínio cognitivo – ferramentas que vão além de medicamentos, geralmente são de baixo risco e custo-efetivas.”
Os cientistas destacam que todos deveriam investir em estratégias baseadas no estilo de vida para proteger a saúde do cérebro. Ao fazê-lo, não apenas beneficiará os indivíduos em risco, mas também servirá como uma ferramenta poderosa para reduzir os encargos de saúde nacionais e globais relacionados ao declínio cognitivo.
Aprendizados cruciais sobre prevenção da demência
- Mudanças no estilo de vida podem desacelerar o declínio cognitivo e proteger contra a demência.
- Exercício, dietas específicas e interação social são componentes chave na prevenção.
- Abordagens proativas têm impacto tanto a nível individual quanto global na saúde pública.









