Em 2025, um estudo do BMJ Evidence-Based Medicine revelou que até mesmo o consumo leve de álcool pode aumentar o risco de demência. A pesquisa, envolvendo mais de meio milhão de adultos, sugere que o álcool contribui para inflamação, estresse oxidativo e danos ao cérebro, fatores diretamente ligados ao declínio das funções cognitivas.
De que forma o álcool eleva o risco de demência
Os pesquisadores das universidades de Oxford, Yale e Cambridge analisaram dados de pessoas entre 56 e 72 anos, integrantes de grandes estudos como o Million Veteran Program dos EUA e o UK Biobank. O acompanhamento avaliou quem recebeu diagnóstico de demência, foi liberado sem diagnóstico ou faleceu durante o estudo.
O álcool provoca inflamação e neurotoxicidade, prejudicando células cerebrais e acelerando sua morte. Estes efeitos levam à maior probabilidade de declínio cognitivo ao longo do tempo.
Como o álcool prejudica o cérebro e a memória
O consumo crônico de álcool pode alterar a comunicação entre neurotransmissores como a acetilcolina e o glutamato, fundamentais para a memória e a aprendizagem. Com o tempo, surgem lesões em regiões essenciais como o hipocampo e os lobos frontais.
Essas mudanças explicam sintomas como dificuldades de atenção, aprendizagem e memória. Entre os principais efeitos prejudiciais do álcool no cérebro estão:
- Inflamação cerebral: Intensifica processos degenerativos.
- Acúmulo de proteínas beta-amiloide: Associa-se ao Alzheimer.
- Atrofia cerebral: Reduz o volume de áreas críticas para cognição.

Por que mulheres são mais vulneráveis ao álcool no cérebro
O risco de demência relacionado ao álcool afeta ambos os sexos, porém mulheres apresentam maior vulnerabilidade devido a diferenças fisiológicas que aumentam a concentração da substância no organismo.
Além do metabolismo peculiar, fatores hormonais e riscos de comorbidades tornam a resposta cerebral feminina ao álcool mais intensa. Veja alguns pontos que ajudam a explicar essa maior predisposição:
- Metabolismo diferente: Mulheres possuem menos água corporal e menores níveis de enzimas para metabolizar o álcool.
- Interação do estrogênio: Potencializa danos cerebrais.
- Riscos de saúde aumentados: Mais propensas a depressão, doenças hepáticas e deficiências nutricionais.
Quais são os riscos adicionais do álcool para a saúde
O álcool é um agente psicoativo que pode afetar diversos sistemas do corpo. Entre os perigos conhecidos estão doenças do fígado, aumento do risco de câncer e distúrbios cardiovasculares.
Esses riscos são agravados pelo consumo regular ou excessivo e envolvem múltiplos órgãos e funções. A seguir, estão algumas das principais complicações à saúde relacionadas ao álcool:
- Doenças hepáticas: Como hepatite, cirrose e fígado gorduroso.
- Redução da atividade cerebral: Mudanças no humor e cognição.
- Interferência na microbiota: Danos à mucosa intestinal e aumento de toxinas no sangue.
- Prejuízos cardiovasculares: Pressão alta e arritmias cardíacas.
Como minimizar os riscos do álcool para a saúde cerebral
As diretrizes recomendam limitar o consumo de álcool ao máximo; para mulheres, até um drink por dia, e para homens, até dois. No entanto, especialistas reforçam que quanto menor a ingestão, menor o risco à saúde cerebral.
Portanto, escolher reduzir a frequência e a quantidade no consumo de álcool é uma estratégia crucial para preservar o cérebro e a qualidade de vida.






