O boldo (Peumus boldus) é amplamente conhecido por ser tradicionalmente indicado para o alívio de sintomas de indigestão e leve náusea. Contudo, apesar do uso popular e do reconhecimento de entidades como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), ainda não existem ensaios clínicos bem estruturados que comprovem a sua real eficácia para esses fins. Alguns estudos laboratoriais sugerem efeitos positivos, mas faltam evidências conclusivas em humanos.
Qual a diferença entre o boldo verdadeiro e o boldo-do-Brasil?
É comum a confusão entre o boldo do Chile, que é o boldo verdadeiro, e o chamado boldo-do-Brasil. Estas plantas pertencem a espécies diferentes e apresentam características distintas em termos de composição e potencial terapêutico.
O boldo-do-Chile é uma árvore nativa dos Andes, utilizada na medicina tradicional há séculos, já o boldo-do-Brasil refere-se a outras espécies que compartilham apenas o nome popular, mas não necessariamente os mesmos benefícios ou segurança. O uso equivocado dessas plantas pode trazer riscos, devido às diferenças em seus compostos ativos.
Como preparar e utilizar o boldo de forma tradicional?
O consumo tradicional do boldo é feito por meio da preparação de uma infusão leve das folhas após refeições pesadas, auxiliando na digestão. O objetivo é aliviar desconfortos gástricos associados à má digestão e evitar exageros na dose.
Para proporcionar o melhor efeito, recomenda-se atenção à quantidade e à frequência de uso. Veja a seguir algumas orientações simples para a preparação:
- Utilize 1 a 2 folhas frescas para uma xícara de água quente.
- Deixe em infusão por 5 a 10 minutos antes de coar e beber.
- Não consuma em excesso, limitando o uso a situações ocasionais.
Quais são as restrições e riscos no uso do boldo?
Apesar dos benefícios que pode trazer, o boldo apresenta contraindicações importantes. Pessoas com doenças hepáticas ou problemas na vesícula biliar devem evitar o uso, pois os compostos ativos podem agravar tais condições ou interagir com medicamentos.
Durante a gestação e amamentação, o boldo não é recomendado devido ao risco apresentado pelo ascaridol, um composto com potencial tóxico, principalmente em doses elevadas.
O que é o ascaridol e por que ele exige cautela?
O ascaridol é encontrado naturalmente nas folhas do boldo e requer atenção por seus potenciais efeitos tóxicos quando consumido em excesso. Por isso, a orientação médica é fundamental antes de iniciar o uso contínuo dessa planta.
A falta de regulação na preparação e quantidade de boldo ingerido pode colocar em risco pessoas mais sensíveis ao composto, principalmente aquelas com histórico de doenças no fígado ou vias biliares.

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Como incluir o boldo de forma segura e consciente na rotina?
Para obter benefícios e minimizar riscos, é fundamental integrar o boldo à rotina de modo responsável. A avaliação de condições pré-existentes e o acompanhamento profissional são essenciais para garantir a segurança durante o uso.
Confira as principais recomendações para o uso seguro do boldo no dia a dia:
- Consuma em infusão leve, preferencialmente após refeições;
- Sempre consulte um profissional de saúde antes do uso regular;
- Evite na gravidez, amamentação e em caso de problemas no fígado ou vesícula;
- Interrompa o consumo caso sinta efeitos adversos ou desconforto frequente;










