A paixão pelo futebol vai além do entretenimento, sendo estudada tanto social quanto cientificamente. Pesquisas recentes revelam que as emoções dos torcedores ao assistirem gols, especialmente contra arquirrivais, ativam circuitos cerebrais específicos, intensificando o vínculo emocional e identitário com o time e seus torcedores.
O cérebro reage de forma diferente durante uma vitória importante
Vitórias do próprio time ativam fortemente o estriado ventral e o núcleo caudado, regiões do sistema de recompensa responsáveis por prazer, conquista e motivação, gerando sensação de conquista e satisfação. Também há ativação no córtex pré-frontal medial, responsável pelo processamento social e percepção de pertencimento ao grupo.
Curiosamente, gols em partidas contra times neutros não provocam grandes alterações em regiões ligadas ao controle cognitivo, mostrando que a intensidade emocional depende muito do contexto do clássico e da rivalidade.

O que ocorre no cérebro durante uma derrota para o arquirrival
Durante uma derrota, observa-se o oposto: há ativação na rede de mentalização, composta por áreas como o sulco temporal superior e o córtex dorsolateral pré-frontal, ligadas à análise emocional mais profunda e compreensão das consequências identitárias da perda.
A derrota também aumenta a atividade no córtex visual e no giro fusiforme, refletindo maior atenção ao evento negativo. Veja, a seguir, outras respostas cerebrais importantes identificadas durante derrotas marcantes:
- Redução da atividade do córtex cingulado anterior dorsal, dificultando a regulação emocional.
- Ativação de sistemas ligados à avaliação do impacto emocional da derrota.
- Maior esforço consciente para interpretar as intenções do adversário e o significado da perda.
Torcedores mais fanáticos mostram menor controle emocional durante jogos difíceis
O grau de fanatismo dos torcedores modula fortemente suas respostas emocionais. Aqueles mais fanáticos apresentam significativa desativação do córtex cingulado anterior dorsal em derrotas, evidenciando menor autocontrole emocional e maior propensão a reações impulsivas.
Em contraste, os torcedores menos fanáticos ativam mais a rede de mentalização, demonstrando reações cognitivamente mais elaboradas diante das adversidades do jogo.
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As descobertas oferecem lições sobre identidade coletiva em outros contextos
Esses resultados contribuem para compreender não só o comportamento no futebol, mas também as bases cerebrais de outras formas de fanatismo social, como o político e o religioso. O estudo sugere que reforçar identidades coletivas pode afetar tanto emoções individuais quanto dinâmicas sociais amplas.
A pesquisa também destaca a importância de estratégias para regulação emocional e o papel da experiência esportiva desde a infância no desenvolvimento do senso de pertencimento, ajudando no manejo saudável dessas emoções compartilhadas.







