A Netflix acertou em cheio com Sirens, série que chegou à plataforma em maio de 2025 e rapidamente ganhou o coração dos assinantes. Com apenas cinco episódios, a produção conseguiu o que muitas séries longas não conseguem: prender a atenção do início ao fim. A criadora Molly Smith Metzler, que já havia impressionado com Maid, volta com uma proposta bem diferente, adaptando sua própria peça teatral Elemeno Pea para as telas.
A série conta com um elenco de peso, liderado por Julianne Moore, Meghann Fahy e Milly Alcock. Kevin Bacon também marca presença, trazendo ainda mais credibilidade ao projeto. O interessante é que a história se passa em apenas um fim de semana, mas consegue desenvolver camadas psicológicas profundas em seus personagens. É o tipo de série que faz você maratonar num sábado à tarde e ainda ficar pensando sobre ela na segunda-feira.
Qual é a verdadeira história por trás de Sirens?
A trama gira em torno de duas irmãs que passaram por traumas na infância. Devon, interpretada por Meghann Fahy, fica preocupada quando percebe que sua irmã Simone está meio obsessiva com a nova chefe, Michaela Kell. Simone trabalha como assistente pessoal dessa socialite bilionária que vive numa mansão paradisíaca numa ilha fictícia chamada Port Haven.
Devon decide fazer uma visita para entender o que está acontecendo e acaba descobrindo que Michaela tem um poder de manipulação impressionante. A mulher consegue fazer qualquer pessoa se sentir especial e importante, mas sempre com segundas intenções. É como aquela amiga tóxica que todo mundo já teve, só que com muito mais dinheiro e influência. A série mostra como pessoas vulneráveis podem ser facilmente seduzidas por promessas de uma vida melhor.
Por que Julianne Moore rouba a cena como a vilã carismática?
Julianne Moore entrega uma performance magistral como Michaela Kell. Ela consegue ser assustadora e fascinante ao mesmo tempo, coisa que poucos atores conseguem fazer. A personagem tem esse jeito maternal e acolhedor, mas por baixo existe uma frieza calculista que dá arrepios. É como se ela fosse duas pessoas diferentes compartilhando o mesmo corpo.
A Moore disse em entrevistas que se inspirou na mitologia grega das sereias para construir a personagem. Assim como as sereias míticas, Michaela usa seu charme para atrair suas “vítimas” e depois as mantém presas em seu mundo de luxo e controle. A atriz consegue alternar entre doçura e crueldade de forma tão natural que você nunca sabe qual versão dela vai aparecer na próxima cena.
Como a série retrata as diferenças de classe social?
Sirens não é apenas sobre uma mulher rica e manipuladora. A série faz uma crítica bem inteligente sobre como a desigualdade social pode ser usada como ferramenta de controle. Devon e Simone vêm de Buffalo, uma cidade que vive uma crise econômica, e acabam sendo seduzidas pelo mundo de luxo da elite.
A produção mostra como pessoas em situação de vulnerabilidade financeira podem ser facilmente cooptadas por quem tem poder econômico. Simone aceita ser moldada por Michaela porque vê naquele estilo de vida uma saída para seus problemas. É uma dinâmica que acontece na vida real o tempo todo, mas a série consegue abordar o tema sem ser pesada ou preachy. Ela te faz pensar sobre essas questões enquanto você torce para que as personagens escapem dessa teia de manipulação.
Qual é o segredo por trás da atmosfera única da série?

A produção de Sirens é um show à parte. A mansão onde tudo acontece foi construída como um personagem próprio da história. Cada detalhe foi pensado para criar uma sensação de beleza ameaçadora. As cores pastéis que parecem inocentes escondem algo bem mais sinistro. É como se o próprio ambiente fosse uma armadilha dourada.
A série foi filmada em locações reais no estado de Nova York, e a fotografia consegue capturar tanto a beleza quanto o lado perturbador daquele mundo. Tem uma cena icônica onde Julianne Moore aparece manchada de sangue, segurando um pássaro ferido enquanto olha através de um telescópio. É uma imagem que resume perfeitamente o tom da série: bonita e assustadora ao mesmo tempo.
Por que vale a pena assistir essa minissérie?
Sirens é daquelas séries que você termina e fica com vontade de discutir com alguém. Ela levanta questões sobre poder, manipulação e como as pessoas podem ser transformadas quando expostas a ambientes tóxicos. Molly Smith Metzler conseguiu criar uma história que funciona tanto como entretenimento quanto como reflexão social.
O formato de minissérie foi uma escolha certeira. Com apenas cinco episódios, a narrativa não se perde em subtramas desnecessárias e mantém o foco no que realmente importa: o desenvolvimento psicológico das personagens. É o tipo de produção que mostra como a Netflix pode acertar quando aposta em projetos autorais e bem executados. Para quem gosta de drama psicológico com pitadas de suspense, Sirens é uma pedida certeira.










