Estudos recentes vêm mudando a compreensão sobre como envelhecemos, desafiando a antiga ideia de que o envelhecimento seria um processo linear e constante. Pesquisadores descobriram que a aceleração da deterioração do organismo acontece em fases específicas, a partir de mudanças em diferentes tecidos do corpo.
Quais são as principais fases do envelhecimento identificadas pela ciência
Pesquisas inovadoras como a realizada pela Academia Chinesa de Ciências mostram que o corpo humano passa por fases bem definidas de envelhecimento: crescimento acelerado na infância, estabilidade relativa na fase adulta inicial e, após certa idade, aceleração da deterioração física, especialmente a partir dos 50 anos. O estudo identificou uma significativa remodelação proteômica em diversos órgãos nesse ponto de inflexão.
Essa nova abordagem indica que o envelhecimento não é igual em todas as idades e pode se manifestar de maneiras diferentes ao longo da vida.

O que revelam as proteínas sobre a deterioração dos sistemas do corpo
Utilizando 516 amostras de tecidos de 76 indivíduos entre 14 e 68 anos, o estudo analisou variações proteicas em sete sistemas corporais. Essas mudanças ajudam a explicar por que diferentes tecidos e órgãos envelhecem em ritmos distintos e como isso afeta a saúde global com a idade.
Entre as principais descobertas, estão as alterações relevantes em várias regiões do corpo, destacando diferentes impactos nos sistemas analisados:
- Cardiovascular: Mudanças rápidas nas proteínas da aorta.
- Digestivo: Alterações no pâncreas e fígado.
- Imunológico: Transformações no baço influenciam funções de defesa.
- Musculoesquelético: Variações contribuem para perda de força muscular.
Porque a aorta apresenta maior desgaste com o envelhecimento
A pesquisa revelou que a aorta, principal artéria do corpo, sofre um desgaste mais intenso em comparação a outros tecidos, aumentando os riscos de doenças cardiovasculares. Este é um fator importante para entender os riscos crescentes de infarto ou hipertensão em pessoas mais velhas.
Além disso, as mudanças em órgãos como o baço e o pâncreas destacam a ligação entre envelhecimento e problemas digestivos ou alterações hormonais na terceira idade.
Como a ciência associa proteínas específicas ao envelhecimento acelerado
Em experimentos, os pesquisadores isolaram uma proteína relacionada ao envelhecimento vascular e a aplicaram em camundongos jovens, que passaram a apresentar sintomas típicos da velhice, como fadiga, perda de força muscular e deterioração física geral.
Esses achados reforçam a necessidade de compreender como fatores moleculares afetam o envelhecimento, especialmente diante de doenças associadas, como fibrose e disfunções hepáticas.
A Dra. Bruna Sartoretto, no canal do Dr. Giorelli no Youtube, que já conta com mais de 2 mil visualizações, explicou os sinais desse envelhecimento:
Atlas proteômico pode permitir novas estratégias para um envelhecimento saudável
O objetivo futuro dos pesquisadores é criar um “atlas proteômico” do envelhecimento, mapeando as principais transformações de proteínas ao longo de 50 anos. Esse atlas deve servir de base para intervenções terapêuticas específicas, adaptadas a cada órgão e fase da vida.
Com avanços nessa linha de pesquisa, espera-se que seja possível melhorar a qualidade de vida dos idosos e promover um envelhecimento mais leve, saudável e ativo nas próximas décadas.










