A arruda (Ruta graveolens L.), um subarbusto de aroma forte e marcante, é uma das plantas mais antigas e respeitadas na medicina popular e na fitoterapia. Embora seu uso exija cautela devido à toxicidade em altas doses, a arruda possui propriedades medicinais poderosas quando utilizada corretamente, especialmente para a saúde vascular e o tratamento de dores. Seus compostos bioativos, como a rutina (um flavonoide) e alcaloides, conferem benefícios terapêuticos notáveis para a circulação e o combate à inflamação.
Este artigo explora as principais propriedades curativas da arruda, com foco em:
- A ação da rutina no fortalecimento dos vasos sanguíneos e combate a varizes.
- O potente efeito anti-inflamatório e analgésico para dores reumáticas.
- As propriedades antimicrobianas e antiparasitárias para uso externo (como contra piolhos).
Fortalecimento vascular e a ação da rutina
A principal propriedade curativa da arruda para o sistema circulatório deve-se à alta concentração de rutina (também conhecida como Vitamina P). A rutina é um princípio ativo que aumenta a resistência dos capilares sanguíneos e diminui a sua permeabilidade, prevenindo o rompimento de vasos e a formação de edemas. Este benefício terapêutico torna a arruda um auxiliar eficaz no tratamento de varizes e insuficiência venosa. De acordo com o livro Plantas Medicinais no Brasil, de Lorenzi e Matos:
“A rutina presente na arruda confere propriedades venotônicas e vasoprotetoras, sendo indicada para aumentar a resistência dos capilares sanguíneos e auxiliar no tratamento de varizes e fragilidade capilar” (LORENZI; MATOS, 2008).
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Ação anti-inflamatória e alívio de dores reumáticas
A arruda é tradicionalmente utilizada em compressas e óleos para o alívio de dores reumáticas, artrite e contusões. Estudos científicos confirmam que os extratos da planta possuem forte atividade anti-inflamatória, inibindo a produção de mediadores da inflamação e o edema (inchaço) nos tecidos. Essa propriedade curativa faz da arruda um recurso terapêutico natural valioso para o manejo da dor e da inflamação crônica ou aguda. A pesquisa de Ratheesh e Helen, publicada no African Journal of Biotechnology, comprova essa eficácia:
“O extrato metanólico de Ruta graveolens demonstrou uma inibição significativa do edema e da inflamação em modelos experimentais, sugerindo um potencial terapêutico comparável ao de anti-inflamatórios padrões no tratamento de condições inflamatórias agudas” (RATHEESH; HELEN, 2007).
Propriedades antimicrobianas e uso externo
Além de atuar na circulação e na dor, a arruda possui propriedades antimicrobianas e antiparasitárias, sendo historicamente usada para combater piolhos (pediculose) e sarna. Os óleos essenciais e compostos bioativos da planta, como as cumarinas e alcaloides, criam um ambiente hostil para fungos e parasitas externos. O uso tópico, na forma de infusão forte ou tintura diluída, é a forma mais segura de aproveitar esse benefício terapêutico sem os riscos da ingestão excessiva. Um estudo publicado no Journal of Ethnopharmacology destaca a atividade da planta:
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“Extratos de Ruta graveolens exibiram atividade antimicrobiana significativa contra uma variedade de bactérias e fungos, validando seu uso tradicional como agente antisséptico e antiparasitário em aplicações tópicas” (OJALA et al., 2000).
Uma planta potente que exige respeito
A arruda é um fitoterápico de grande potência, com propriedades curativas essenciais para a saúde vascular e o tratamento de dores. A presença de rutina e agentes anti-inflamatórios valida cientificamente seus usos tradicionais. No entanto, devido à sua toxicidade em altas doses (especialmente para gestantes), seu uso deve ser feito com cautela e conhecimento, priorizando aplicações externas ou doses controladas.
- A arruda é rica em rutina, que fortalece os vasos sanguíneos e combate a fragilidade capilar e varizes.
- Possui forte ação anti-inflamatória, sendo eficaz no alívio de dores reumáticas e inchaços.
- Sua atividade antimicrobiana e antiparasitária a torna útil no combate a piolhos e infecções de pele.
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Referências bibliográficas
- LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
- OJALA, T. et al. Antimicrobial activity of some coumarin-containing herbal plants growing in Finland. Journal of Ethnopharmacology, v. 73, n. 1-2, p. 299-305, 2000.
- RATHEESH, M.; HELEN, A. Anti-inflammatory activity of Ruta graveolens L. on carrageenan induced paw edema in wistar male rats. African Journal of Biotechnology, v. 6, n. 10, p. 1209-1211, 2007.
