A chegada das festas de fim de ano costuma trazer uma combinação de expectativas, balanços pessoais e lembranças. Em meio a esse cenário, a nostalgia nas festas de fim de ano aparece com frequência quando músicas, cheiros ou cenas típicas da temporada remetem a momentos que ficaram marcados na memória, reacendendo tanto a alegria de encontros quanto a saudade do que já não se repete da mesma forma.
O que é a nostalgia nas festas de fim de ano
A nostalgia, de forma geral, é descrita como uma emoção “agridoce”, que mistura alegria e saudade. Nas festas de fim de ano, ela surge quando um estímulo atual se conecta com uma experiência significativa do passado, ativando memórias que parecem muito vivas, como explica a psicóloga Susan Albers.
Um aroma de comida típica, uma canção repetida todos os anos ou a decoração da casa podem trazer à tona imagens nítidas, quase como se o tempo tivesse voltado por alguns instantes. Não é apenas recordar fatos, mas reviver a atmosfera emocional daquele período, especialmente de momentos marcantes da infância.
Essa discussão costuma tomar conta das redes sociais nesta época de final de ano, como no vídeo que trouxemos da psicóloga Rafaela Liell, onde ela explica esse sentiemnto:
@rafaelaliell.psi É comum que o fim de ano e o período do Natal intensifiquem sintomas de ansiedade, tristeza e sensação de solidão. Você não precisa enfrentar isso sozinho. Busque apoio profissional. #psicologia #psicologaonline #natal #fimdeanosaudável #ansiedade ♬ som original – Rafaela Liell | Psicóloga
Por que a nostalgia fica tão forte nas festas de fim de ano
A nostalgia de fim de ano costuma ser intensificada por três fatores principais: a repetição de tradições, o fechamento do ano e as mudanças naturais ao longo da vida. Cada dezembro funciona como uma espécie de marco de passagem, em que a pessoa compara o presente com versões anteriores de si mesma.
Quando alguém monta o mesmo presépio, assiste ao mesmo filme natalino ou prepara a mesma receita de família, tende a revisitar quem estava presente, o que mudou e o que permaneceu. Esses elementos criam um cenário propício para que o passado apareça com força, seja em forma de alegria, seja em forma de saudade.
- Rituais familiares: encontros anuais, fotos em grupo, orações e trocas de presentes funcionam como marcos de cada etapa da vida.
- Passagem do tempo: o final do ano favorece reflexões sobre o que mudou, quem chegou, quem partiu e quais planos foram realizados.
- Lembranças da infância: muitas memórias de festas envolvem descobertas, brincadeiras e a primeira experiência com certos símbolos natalinos.
A nostalgia nas festas faz bem ou faz mal para a saúde emocional
A resposta tende a ser mais complexa do que um simples “sim” ou “não”. A nostalgia de fim de ano pode ter efeitos positivos quando ajuda a relembrar vínculos afetivos, valores importantes e histórias compartilhadas, fortalecendo o senso de pertencimento e continuidade.
Por outro lado, a comparação constante entre festas passadas e presentes pode destacar ausências, perdas e mudanças difíceis de aceitar. Em alguns casos, a pessoa sente que “o melhor já passou”, o que favorece tristeza, desânimo e até isolamento social, especialmente em momentos de luto ou separações.
- Quando favorece o bem-estar, costuma reforçar laços familiares e a sensação de continuidade da própria história.
- Quando se torna excessiva, pode intensificar sentimentos de solidão e vazio, sobretudo em quem atravessa lutos, separações ou distâncias geográficas.

Como lidar com a nostalgia nas festas de fim de ano de forma saudável
Uma forma de manejar melhor a nostalgia nas festividades é encará-la como um sinal de que certas experiências tiveram importância na construção da história pessoal. Em vez de negar o que se sente, é possível usar essas lembranças como um recurso para compreender o próprio caminho e reconhecer o valor das relações.
A partir disso, algumas atitudes podem ajudar a tornar esse período mais equilibrado, sem ignorar o passado nem ficar preso a ele. São estratégias simples, mas que favorecem um contato mais gentil e consciente com a própria memória afetiva.
- Reconhecer a emoção: notar quando a saudade aparece e nomear o que está sendo lembrado, em vez de tentar suprimir o sentimento.
- Manter tradições significativas: preservar alguns rituais que trazem conforto, mesmo que adaptados à realidade atual.
- Criar novos hábitos: estabelecer práticas, como uma nova receita ou uma atividade especial, para atualizar o repertório de lembranças.
- Compartilhar memórias: contar histórias de festas antigas com familiares ou amigos, valorizando tanto a memória quanto o vínculo presente.
- Buscar apoio profissional: em casos de tristeza persistente, pode ser recomendável procurar acompanhamento psicológico.
Dessa forma, a nostalgia associada às festas de fim de ano deixa de ser apenas um retorno ao que já passou e se transforma em um recurso de autoconhecimento, integrando memórias antigas com os capítulos que ainda estão em construção.










