Roer as unhas é um hábito comum em diferentes idades e contextos, muitas vezes percebido em situações de tensão, tédio ou concentração intensa. Em geral, a pessoa leva os dedos à boca de forma automática e passa a morder ou arrancar partes das unhas e, às vezes, da pele ao redor. Esse comportamento pode surgir na infância e se manter ao longo da vida, variando de episódios esporádicos até um costume diário e persistente, podendo se relacionar com diferentes estados emocionais e padrões de personalidade.
O que significa roer as unhas do ponto de vista emocional
Do ponto de vista emocional, roer as unhas costuma ser interpretado como uma forma de aliviar desconfortos internos, mesmo que de maneira temporária. Roer as unhas aparece com frequência em relatos de indivíduos que enfrentam períodos de estresse, mudanças na rotina, cobranças profissionais, estudos intensos ou conflitos pessoais.
Nessas situações, o gesto funciona como um mecanismo automático de autorregulação, que reduz a sensação de inquietação naquele momento. Em muitos casos, está ligado a preocupação constante, medo de fracassar, autocrítica elevada e dificuldade em expressar sentimentos em palavras, tornando-se um “sinal visível” de tensão interna.

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Roer as unhas é apenas um vício ou pode ser um transtorno
Na área da saúde mental, roer unhas de forma persistente é conhecido como onicofagia. Quando o ato ocorre todos os dias, causa danos às unhas e à pele, gera vergonha ou interfere na rotina, pode ser classificado como um comportamento que merece atenção clínica e, em alguns casos, enquadrado entre os comportamentos repetitivos focados no corpo.
Esse hábito pode estar associado a diferentes fatores que se combinam entre si e variam de pessoa para pessoa, indo de experiências de vida estressantes até características temperamentais. Entre os principais elementos envolvidos, destacam-se:
- Ansiedade intensa: períodos prolongados de apreensão e preocupação;
- Estresse crônico: rotina sobrecarregada, cobranças constantes, prazos apertados;
- Perfeccionismo: alta exigência com desempenho, medo de erros e autocrítica rígida;
- Tédio e impulsividade: dificuldade em lidar com momentos parados, necessidade de estímulos constantes;
- Histórico familiar: presença do mesmo hábito em pais ou responsáveis, o que pode influenciar por observação;
- Regulação emocional difícil: pouca habilidade para lidar com frustração e sentimentos intensos.
Quais são as consequências de roer as unhas com frequência
As consequências de roer as unhas vão além da aparência das mãos e podem alcançar a saúde física e emocional. A prática constante pode causar danos na estrutura das unhas, tornando-as mais fracas, irregulares e suscetíveis a infecções, além de prejudicar a autoestima em situações sociais.
Também é comum que a pele ao redor fique machucada, com pequenas feridas que facilitam a entrada de microrganismos. Em longo prazo, esse ciclo de dano físico, vergonha e repetição do comportamento pode reforçar ainda mais a onicofagia, aumentando a ansiedade e a sensação de perda de controle sobre o próprio hábito.
Se você gosta de curiosidades, separamos esse vídeo do canal Saúde na Rotina com Diego e Dafne ensinado a parar de comer unhas:
Como lidar com o hábito de roer as unhas no dia a dia
Quando o assunto é roer as unhas, muitas pessoas buscam formas práticas de reduzir o comportamento e recuperar a sensação de controle. Estratégias simples podem ajudar, como manter as unhas aparadas e limpas, usar bases com sabor amargo indicadas para esse fim ou ocupar as mãos em momentos de tensão com objetos específicos.
Outra medida importante é identificar em quais situações o hábito aparece com mais força, como reuniões, momentos de estudo, uso de telas ou antes de dormir. A partir desse reconhecimento de gatilhos, torna-se mais fácil testar alternativas de autorregulação, por exemplo:
- Substituir o ato por respirações profundas e lentas em momentos de tensão;
- Manter um objeto nas mãos durante atividades estressantes, como uma bolinha de borracha ou um anel giratório;
- Criar lembretes visuais, como adesivos ou anotações, para perceber o gesto mais cedo e interrompê-lo;
- Adotar rotinas de autocuidado, como hidratar mãos e cutículas, aumentando a consciência sobre os dedos;
- Buscar apoio profissional quando o hábito estiver associado a sofrimento intenso, ansiedade ou outros sintomas.
Em situações em que roer as unhas está ligado a sofrimento emocional importante, o acompanhamento psicológico pode auxiliar na compreensão das causas internas e na construção de novas formas de lidar com a tensão. Em alguns casos, profissionais de saúde avaliam a necessidade de intervenções adicionais, sempre de acordo com a história e a realidade de cada pessoa, estimulando uma relação mais atenta com o próprio bem-estar.










