A imensidão da selva esconde um dos platôs mais antigos do planeta, erguendo-se como uma fortaleza de pedra na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. Com 2.810 metros de altitude, o Monte Roraima se impõe sobre a paisagem amazônica, superando em altura o Pão de Açúcar e guardando, em seu topo plano, um mundo isolado onde a geologia desafia o tempo e a realidade.
A formação dos tepuis cria um “Mundo Perdido” biológico
As gigantescas montanhas de topo plano, conhecidas como tepuis, são remanescentes geológicos do período Pré-Cambriano. Essa história de bilhões de anos isolou o cume do restante da floresta, permitindo a evolução de espécies endêmicas de fauna e flora que só existem ali.
Para os indígenas da etnia Pemon e Taurepang, o local é sagrado e conhecido como a “Casa de Makunaima”. O respeito à montanha é parte essencial da jornada, transformando o trekking em uma imersão cultural e espiritual profunda na Gran Sabana.

Como funciona o desafio físico da ascensão?
Encarar a subida exige preparo e resistência para enfrentar terrenos íngremes e variações climáticas constantes. A rota clássica geralmente parte de Santa Elena de Uairén, na Venezuela, mas a presença brasileira é forte na logística e no apoio aos aventureiros que cruzam a fronteira em Pacaraima.
A caminhada dura entre 6 a 9 dias, atravessando rios e savanas antes de alcançar a base do paredão vertical. A chegada ao topo é recompensada por um cenário lunar, repleto de formações rochosas negras e jardins de bromélias que parecem pertencer a outro planeta.
Prepare-se para uma aventura épica em uma das formações geológicas mais antigas do planeta, localizada na fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. O vídeo é do canal Lucas Saad | Passaporte 201, que conta com mais de 30 mil inscritos, e detalha a expedição completa de 8 dias ao topo do Monte Roraima, revelando paisagens surreais como o Vale dos Cristais, as famosas Jacuzzis naturais e o mirante La Ventana, além de mostrar a rotina nos acampamentos e a superação dos desafios da trilha:
Quais são os cenários imperdíveis no cume?
Explorar o vasto platô revela maravilhas naturais como as famosas Jacuzzis, piscinas de águas cristalinas e geladas com fundo de cristais. O Vale dos Cristais é outro ponto surreal, onde o solo é coberto por fragmentos de quartzo que brilham sob a luz do sol, criando um visual mágico.
O ponto geográfico mais simbólico é o Marco da Tríplice Fronteira, um monumento piramidal que demarca a divisão entre os três países. Estar ali significa colocar os pés simultaneamente em territórios distintos, cercado pelo silêncio e pela neblina densa que protege a montanha.
- Pedra Maverick: O ponto mais alto do monte, oferecendo uma vista panorâmica inesquecível da savana abaixo.
- La Ventana: Um mirante vertiginoso que permite observar a lateral do tepui vizinho, o Kukenán.
- Equipamento: Botas impermeáveis e roupas térmicas são vitais, pois a temperatura cai bruscamente à noite.

O clima na montanha dita as regras da aventura
O tempo no topo é imprevisível e muda em minutos, alternando entre sol forte, chuva torrencial e neblina cerrada. Confira os dados baseados em informações do Climatempo para escolher o período mais adequado ao seu perfil de aventureiro:
| Período (meses) | Temperatura média (topo) | Clima | Atividades recomendadas |
|---|---|---|---|
| Dezembro a Março | 5°C a 20°C | Mais seco | Fotografia, camping e melhores vistas |
| Abril a Agosto | 0°C a 15°C | Chuvoso | Cachoeiras volumosas e flora exuberante |
| Setembro a Novembro | 10°C a 18°C | Transição | Trekking com clima misto e menos turistas |
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O Monte Roraima redefine o conceito de superação na América do Sul
Tocar as nuvens neste platô sagrado não é apenas uma conquista turística, mas uma peregrinação pessoal que testa e expande os limites do corpo e da mente. A energia ancestral da montanha e a grandiosidade da paisagem ficam gravadas na alma, provando que a verdadeira aventura reside na conexão crua com a natureza selvagem.
- Cenário alienígena: As formações rochosas e o endemismo biológico criam uma paisagem única na Terra.
- Desconexão total: A ausência de sinal de celular obriga o viajante a viver o momento presente intensamente.
- Cultura indígena: A convivência com os guias locais enriquece a experiência com lendas e saberes milenares.






