Entre os diversos fatores que influenciam o risco de doenças do coração, a alimentação ocupa um espaço central. Entre tantos produtos disponíveis nas prateleiras, um tipo de alimento comum chama a atenção de pesquisadores e profissionais de saúde: os itens ricos em gorduras trans e óleos vegetais refinados, que vêm sendo associados ao aumento de processos inflamatórios, alterações no colesterol e maior risco cardiovascular ao longo dos anos.
O que são óleos vegetais refinados e por que estão presentes em tantos alimentos
Óleos vegetais refinados são óleos extraídos de sementes ou grãos, como soja, milho, girassol e canola, que passam por etapas industriais de refino, desodorização e branqueamento. Esse processo melhora aparência, sabor e tempo de prateleira, mas reduz compostos antioxidantes e algumas vitaminas naturalmente presentes no alimento original.
Na rotina, esses óleos aparecem em margarinas, maioneses, molhos prontos, biscoitos, salgadinhos, bolos industrializados e frituras em geral. Quando usados em excesso, sobretudo em frituras repetidas e em alta temperatura, podem formar substâncias oxidadas e pró-inflamatórias, associadas ao maior risco cardiovascular e a alterações metabólicas.

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Como gorduras trans e óleos refinados aumentam o risco cardiovascular
O risco cardiovascular está ligada ao efeito das gorduras trans industriais, produzidas principalmente pela hidrogenação de óleos vegetais. Elas elevam o colesterol LDL (“ruim”), reduzem o HDL (“protetor”) e favorecem inflamação crônica, contribuindo para aterosclerose, infarto e outras doenças cardíacas ao longo do tempo.
Apesar de avanços na redução de gordura trans industrial em vários países, traços ainda podem ser encontrados em produtos de panificação, coberturas, massas congeladas e fast-food. A combinação de gorduras trans, óleos vegetais refinados e alto teor de açúcar em ultraprocessados cria um ambiente metabólico desfavorável, ligado a pressão alta, ganho de peso, resistência à insulina e maior probabilidade de eventos cardiovasculares.
Quais alimentos comuns merecem mais atenção no dia a dia
Alguns alimentos do cotidiano concentram maiores quantidades de óleos refinados e gorduras trans, especialmente quando são ultraprocessados e têm longa validade. Identificá-los ajuda a entender por onde começar a redução do risco cardiovascular pela alimentação e a planejar substituições mais saudáveis.
Esses produtos costumam combinar óleos vegetais refinados, farinhas brancas e açúcares, além de aditivos e excesso de sódio, formando um conjunto mais agressivo para o coração. Entre os itens que merecem atenção especial, destacam-se:
- Salgadinhos de pacote, batatas fritas industrializadas e snacks crocantes;
- Biscoitos recheados, wafers, bolachas amanteigadas e alguns tipos de bolos prontos;
- Fast-food em geral: hambúrgueres, batatas fritas, frango empanado e similares;
- Margarinas, coberturas “sabor chocolate” e cremes vegetais para confeitaria;
- Produtos de panificação industrial, como pães doces, croissants e massas folhadas.
Separamos esse vídeo da Nutricionista Patricia Leite mostrando alguns alimentos que contém essa gordura:
Como reduzir os impactos dos óleos refinados na saúde do coração
Para diminuir a exposição a gorduras trans e óleos refinados em excesso, é importante reorganizar o padrão alimentar em direção a alimentos menos processados e métodos de preparo mais suaves. Pequenas mudanças consistentes tendem a ser mais sustentáveis e eficazes na redução do risco cardiovascular do que ajustes radicais e temporários.
Ao reduzir o consumo de produtos ricos em gorduras trans e óleos vegetais refinados e aumentar a presença de alimentos frescos e gorduras de melhor qualidade, há tendência de melhora no perfil lipídico e na saúde das artérias. Estratégias como priorizar alimentos in natura, substituir frituras frequentes, variar o tipo de gordura, evitar reutilizar óleo e ler rótulos com atenção ajudam a proteger o coração ao longo da vida.










