Em países de língua portuguesa, o coletivo de lobos costuma gerar dúvidas e até certa estranheza entre falantes do Brasil e de Portugal. Em território brasileiro, muita gente aprende na escola que o grupo de lobos forma uma matilha, enquanto em Portugal o termo mais comum é alcateia. Embora as duas palavras sejam corretas em português, cada uma delas carrega um uso preferencial, um contexto cultural próprio e uma história ligada à fauna local e à forma como a língua evoluiu em cada região.
O que significa matilha e como o termo é usado no Brasil
No português do Brasil, a palavra matilha é amplamente ensinada como o coletivo de cães e, por extensão, de lobos. Em muitos materiais didáticos, ao lado de coletivos como cardume (para peixes) e rebanho (para ovelhas), matilha aparece como o termo padrão para designar um conjunto de cães de caça ou de animais semelhantes, o que consolidou o uso entre estudantes e professores.
De forma geral, matilha costuma ser associada a animais domésticos ou próximos do convívio humano e da atividade de caça. Em textos brasileiros, é comum encontrar “matilha de cães”, “matilha de cachorros” e, em menor escala, “matilha de lobos”, sobretudo em narrativas de aventura, histórias infantis e descrições de comportamento animal.
- Origem provável: ligada a grupos de cães de caça em contextos rurais;
- Uso atual no Brasil: coletivo mais conhecido para cães e, por extensão, para lobos;
- Contexto comum: narrativas de caça, histórias de aventura, livros escolares e gramáticas;
- Conotação: aproxima lobos do universo de cães domésticos e de animais treinados.
Para ampliarmos o tema, trouxemos o vídeo do Professor Paulinho Kuririn:
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O que é alcateia e por que o termo é tão comum em Portugal
A palavra alcateia é muito frequente no português europeu, especialmente quando se fala de lobos em estado selvagem. Dicionários como o Infopédia e o Priberam registram “alcateia” como coletivo típico de lobos, podendo também referir-se a cães em alguns contextos específicos, sobretudo em textos literários ou mais formais.
A origem do termo remete ao árabe hispânico, o que revela a influência histórica da presença árabe na Península Ibérica e na formação do léxico português. Em Portugal, o lobo-ibérico faz parte do imaginário popular, de lendas e expressões, o que reforça o uso de “alcateia” em contos, notícias, estudos sobre fauna e discursos sobre conservação ambiental.
Matilha ou alcateia qual é o coletivo de lobos em cada país
Do ponto de vista linguístico, tanto matilha quanto alcateia podem designar um grupo de lobos, sem que uma exclua a outra. No entanto, o uso preferencial varia conforme a variedade do português: no Brasil, o ensino escolar consolidou “matilha de lobos” como forma mais familiar, enquanto em Portugal a combinação habitual é “alcateia de lobos”, reforçada por dicionários e pelo uso cotidiano.
Essa diferença não indica erro de um lado ou de outro, mas sim uma variação regional própria de línguas amplamente faladas. Obras literárias, textos jornalísticos e produções audiovisuais podem usar as duas formas, dependendo do efeito de estilo, do público-alvo e da intenção de aproximar o leitor do português europeu ou do português brasileiro.

Quais são as principais diferenças entre matilha e alcateia
A seguir, uma tabela comparativa resume os principais pontos que distinguem matilha e alcateia no português do Brasil e de Portugal, com base em descrições lexicais de referência como Infopédia e Priberam. Essa comparação ajuda a visualizar como cada termo se especializou em determinados contextos e sentidos, sem deixar de ser compreensível em toda a lusofonia.
| Aspecto | Matilha | Alcateia |
|---|---|---|
| Significado central | Grupo de cães, especialmente cães de caça; por extensão, grupo de lobos | Grupo de lobos; em alguns contextos, grupo de cães |
| Uso predominante no Brasil | Coletivo ensinado na escola para cães e lobos | Menos frequente; aparece mais em textos literários ou influenciados por Portugal |
| Uso predominante em Portugal | Associado a cães, sobretudo em contexto de caça | Coletivo mais comum para lobos (alcateia de lobos) |
| Origem etimológica | Do latim tardio, ligado a cães de caça | Do árabe hispânico, relacionado a grupo de lobos |
| Registo em dicionários (Infopédia/Priberam) | Coletivo de cães; admite uso para lobos | Coletivo típico de lobos, também podendo abranger cães |
Em síntese, o coletivo de lobos varia conforme a norma em que o falante se apoia e o registro de linguagem desejado. No português do Brasil, “matilha” continua mais presente no ensino e no uso cotidiano, enquanto no português europeu “alcateia” se firmou como termo preferencial, documentado por obras lexicográficas como Infopédia e Priberam, o que reflete a diversidade interna do idioma.









