Quando uma pessoa se apaixona, mudanças físicas e emocionais começam a aparecer quase ao mesmo tempo. Entre elas, uma das mais conhecidas é o coração acelerado, que pode surgir ao encontrar alguém especial, ao receber uma mensagem inesperada ou até ao lembrar de uma cena marcante, de acordo com pesquisas como “Intense, Passionate, Romantic Love: A Natural Addiction? How the Fields That Investigate Romance and Substance Abuse Can Inform Each Other”.
Por que o coração acelera quando estamos apaixonados
O coração dispara durante a paixão porque o sistema nervoso autônomo, especialmente o sistema nervoso simpático, entra em ação. Esse sistema prepara o corpo para situações de alerta, como se estivesse diante de algo muito importante que exige resposta rápida, elevando o estado de vigilância e excitação emocional.
A presença da pessoa amada, ou mesmo a expectativa de encontrá-la, é interpretada pelo cérebro como um evento de grande relevância. Nessa leitura, o organismo libera adrenalina e noradrenalina, hormônios que aumentam a frequência cardíaca, dilatam as vias respiratórias e direcionam mais sangue para músculos e órgãos vitais, gerando coração acelerado, respiração mais rápida e até mãos trêmulas.

Como a dopamina, a adrenalina e a empolgação se relacionam na paixão
A dopamina é um dos principais neurotransmissores envolvidos na paixão e atua no sistema de recompensa do cérebro, ligado à sensação de prazer e motivação. Quando alguém se apaixona, o cérebro libera mais dopamina em resposta a interações com a pessoa desejada, tornando encontros, conversas e gestos de carinho altamente recompensadores e difíceis de tirar da cabeça.
A adrenalina, produzida pelas glândulas suprarrenais, é a responsável pelas reações físicas mais claras, como o coração disparado e o rubor no rosto. Em conjunto, dopamina, adrenalina e noradrenalina criam um estado de intensa ativação emocional: a pessoa fica mais atenta, pode falar mais rápido ou, ao contrário, travar de nervoso, enquanto o corpo parece em constante “modo empolgação”.
- Dopamina – ligada à recompensa, ao prazer e à motivação para buscar a pessoa amada.
- Adrenalina – associada ao estado de alerta, ao aumento dos batimentos e à energia extra.
- Noradrenalina – contribui para foco, atenção intensa e memórias marcantes da experiência afetiva.
Essa combinação ajuda a explicar por que a paixão costuma ser lembrada como um período de grande energia e empolgação. A pessoa tende a dormir menos, pensar mais no relacionamento e dedicar boa parte do tempo a planejar encontros e conversas, enquanto o corpo acompanha esse ritmo com sinais como frio na barriga e coração acelerado.
Para aprofundarmos no tema, trouxemos o vídeo do perfil @nataliareinecke:
@nataliareinecke Decubra a CIÊNCIA por trás da PAIXÃO!
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Como a empolgação amorosa afeta o corpo no dia a dia
A empolgação ligada ao sentimento amoroso pode afetar a rotina de várias formas, indo muito além de momentos isolados. Durante a fase mais intensa da paixão, é comum que o apetite mude, o sono fique irregular e a capacidade de concentração oscile, pois o organismo está constantemente recebendo sinais químicos relacionados à dopamina e à adrenalina.
Em situações de encontro ou de expectativa, como aguardar uma ligação ou uma resposta a uma mensagem, o corpo pode apresentar sintomas típicos da ativação do sistema simpático: frio na barriga, suor nas mãos, rubor no rosto e batimentos cardíacos acelerados. A sequência abaixo mostra, de forma simplificada, como esse processo é organizado pelo cérebro e pelo corpo.
- Um estímulo emocional aparece, como ver ou lembrar da pessoa amada.
- O cérebro interpreta o estímulo como algo relevante e potencialmente prazeroso.
- Há liberação de dopamina, que reforça o interesse, o desejo e o vínculo afetivo.
- Adrenalina e noradrenalina preparam o corpo, acelerando o coração e elevando o estado de alerta.
- O organismo registra essa experiência como significativa, fortalecendo memórias e expectativas futuras.
O que o coração acelerado revela sobre a paixão e os vínculos afetivos
O coração acelerado durante a paixão mostra que o corpo interpreta o vínculo afetivo como algo de grande importância biológica e social. Em termos físicos, indica que o organismo está reagindo a uma combinação de dopamina, adrenalina e empolgação, que conectam mente e corpo em um mesmo processo integrado de desejo e apego.
Em termos comportamentais, esse fenômeno revela que a pessoa está mais atenta ao outro e disposta a investir tempo, energia e emoções nesse relacionamento. Compreender que batimentos acelerados, mãos trêmulas e frio na barriga fazem parte de um mecanismo natural ajuda a enxergar a paixão como um processo amplo, que envolve química cerebral, comportamento e experiências de vida, e não apenas um símbolo romântico abstrato.








