Black Mirror voltou e desta vez tem gente falando mal. A sétima temporada chegou na Netflix no dia 10 de abril de 2025 prometendo “volta às raízes”, mas nem todo mundo comprou essa ideia. A série que já foi o terror da tecnologia agora parece estar em crise de identidade. E olha que são só seis episódios desta vez.
Charlie Brooker, o criador da série, disse que queria fazer algo “mais clássico”, focando só em ficção científica. Nada de episódios sobrenaturais como na temporada passada. Mas será que deu certo? Os críticos estão divididos. Alguns acham que a série perdeu o brilho original. Outros defendem que ainda consegue entregar aquele choque existencial que a gente já conhece.
O que mudou nesta temporada que tem todo mundo falando?
A grande novidade é que Black Mirror fez algo inédito: criou sequências de episódios antigos. O “USS Callister” da quarta temporada ganhou uma continuação chamada “USS Callister Infinity”. É a primeira vez que a série revisita uma história. Antes, cada episódio era completamente independente.
Tem também rumores de que “Bandersnatch”, aquele filme interativo de 2018, ganhou uma referência. Will Poulter e Asim Chaudhry aparecem novamente falando sobre videogames no trailer. Coincidência? Difícil. Brooker sempre foi esperto com essas conexões. Talvez seja o jeito dele de expandir o universo Black Mirror sem perder a essência.
Por que alguns fãs não estão curtindo?
A crítica principal é que a temporada está “sem ideias novas”. Vários episódios parecem repetir fórmulas que já vimos antes. O episódio “Juguetes” com Peter Capaldi foi considerado o pior da temporada por muita gente. Aparentemente, é sobre videojuegos violentos, mas não consegue dizer nada interessante sobre o tema.
“Bête Noire” com Siena Kelly também dividiu opiniões. O episódio usa elementos meio sobrenaturais, lembrando mais aqueles episódios “Red Mirror” da sexta temporada. Tem a ver com bullying e realidade alterada, mas alguns acharam meio bobo. É como se Brooker estivesse jogando safe demais, sem arriscar nas ideias malucas que fizeram a série famosa.
Quem são as estrelas desta vez?
O elenco continua pesado. Rashida Jones, Paul Giamatti, Issa Rae e Emma Corrin estão entre os nomes principais. Tracee Ellis Ross também marca presença. A série sempre soube escolher atores bons, e isso não mudou.
Peter Capaldi aparece com um “pelucão ridículo” (palavras da crítica, não minhas) no episódio mais fraco. Chris O’Dowd divide cena com Rashida Jones no episódio de abertura “Common People”. O episódio parece ser sobre um cara que contrata uma empresa para salvar a vida da esposa. Só que tem que pagar mensalidade. Típico Black Mirror: pega algo do dia a dia e transforma em pesadelo.
O que funciona bem na nova temporada?
Nem tudo está perdido. Brooker disse que tem “episódios profundamente desagradáveis, alguns engraçados e outros emocionais”. A variedade sempre foi o forte da série. Dois episódios são praticamente filmes, com duração estendida. Isso pode dar mais tempo para desenvolver as ideias.
O episódio “Eulogy” está recebendo elogios. Parece explorar memórias dolorosas de forma interessante. Paul Giamatti está no papel principal, e o cara sabe atuar. Se conseguir juntar boa atuação com roteiro inteligente, pode ser o destaque da temporada.
Black Mirror ainda é relevante em 2025?
Essa é a pergunta que não quer calar. A tecnologia evoluiu tanto que algumas previsões da série já são realidade. Inteligência artificial, redes sociais tóxicas, realidade virtual… muita coisa que parecia ficção científica agora é nosso cotidiano.
Brooker admitiu que evita assistir “Severance” da Apple TV+ porque muita gente fala que é “como Black Mirror, só que melhor”. Isso mostra que ele sabe da concorrência. Outras séries estão explorando temas similares, às vezes com mais criatividade.
Vale a pena assistir esta temporada?
Depende das suas expectativas. Se você quer o Black Mirror revolucionário dos primeiros anos, pode se decepcionar. Mas se conseguir aceitar uma versão mais “nostalgia” da série, ainda tem entretenimento garantido. São só seis episódios, dá para maratonar num fim de semana.
A verdade é que Black Mirror virou vítima do próprio sucesso. Criou um padrão tão alto que agora qualquer coisa que faça vai ser comparada com os clássicos. “San Junipero”, “USS Callister”, “Nosedive”… são episódios difíceis de superar. Talvez a série precise se reinventar de novo. Ou talvez a gente que precise baixar um pouco as expectativas.










