O cinema brasileiro vive um momento especial em 2025. Filmes como Homem com H estão provando que nossa indústria cinematográfica sabe contar grandes histórias com qualidade técnica impressionante. A cinebiografia de Ney Matogrosso com Jesuíta Barbosa no papel principal é um exemplo perfeito de como fazer entretenimento que emociona e faz pensar ao mesmo tempo.
Com orçamento de quase R$ 18 milhões, Homem com H mostra que investir em cinema nacional vale a pena. O filme atraiu mais de 160 mil espectadores no primeiro fim de semana e já passou dos 600 mil em um mês de exibição. São números que comprovam que o público brasileiro tem fome por histórias bem contadas sobre nossos próprios ícones culturais.
Por que essa produção está chamando tanta atenção?
Jesuíta Barbosa entrega uma performance que está deixando todo mundo de queixo caído. O ator pernambucano não simplesmente imita Ney Matogrosso, ele realmente se transforma no cantor. Foram meses de preparação intensa para capturar não só a aparência física, mas principalmente a essência e a energia única do artista. É o tipo de atuação que faz a gente esquecer que está vendo um filme.
A direção de Esmir Filho também merece destaque. O cineasta, conhecido por filmes mais alternativos, conseguiu criar algo que funciona tanto para quem adora cinema de autor quanto para quem quer entretenimento puro. A fotografia de Azul Serra transforma cada cena em uma obra de arte visual. As cenas dos shows, especialmente, são de tirar o fôlego.
Como a história consegue ser tão envolvente?
O filme não pega leve em nenhum aspecto da vida de Ney. Desde a relação difícil com o pai militar Antônio Matogrosso, interpretado por Rômulo Braga, até os romances com Cazuza e Marco de Maria. A narrativa mostra como um menino do interior de Mato Grosso do Sul se transformou em um dos artistas mais revolucionários do país.
O que mais impressiona é como Esmir Filho conseguiu contar uma vida inteira em duas horas sem parecer corrido. A passagem pelos Secos & Molhados, os sucessos como Rosa de Hiroshima e Sangue Latino, a carreira solo cheia de desafios, tudo é mostrado com ritmo perfeito. É como assistir a várias épocas da música brasileira passando diante dos seus olhos.
Qual o segredo por trás das cenas musicais?
As apresentações musicais são o ponto alto do filme. Jesuíta Barbosa faz o dublê labial perfeito enquanto a voz original de Ney Matogrosso embala as cenas. O próprio cantor dublou seu intérprete, criando uma fusão única entre presente e passado. O resultado é mágico, especialmente nas cenas que recriam os shows históricos dos Secos & Molhados.
A trilha sonora com 17 canções atravessa décadas da música brasileira. De Sangue Latino até Homem com H, cada música é usada de forma estratégica para contar a história. Ney participou ativamente da produção, garantindo que cada detalhe fosse verdadeiro. Como ele mesmo disse, se fosse para virar filme, precisava ser tudo verdade.
Por que este filme marca uma virada no cinema nacional?
Homem com H representa uma nova fase do cinema brasileiro. É uma produção que consegue ser comercial sem perder a alma artística. O filme prova que é possível fazer entretenimento de qualidade sobre figuras brasileiras sem cair no clichê ou na superficialidade. É cinema que educa, emociona e diverte ao mesmo tempo.
A receptividade do público também mostra uma mudança importante. As pessoas estão com sede de conhecer melhor os artistas que moldaram nossa cultura. Ney Matogrosso sempre foi um ícone, mas muita gente da geração mais nova não conhecia sua história completa. O filme está servindo como ponte entre gerações, apresentando esse gigante da música para novos fãs.
O que podemos esperar do futuro dessas produções?
O sucesso de Homem com H abre caminho para mais cinebiografias brasileiras de qualidade. Quando se investe dinheiro de verdade e se conta a história com respeito, o resultado aparece. A Paris Filmes mostrou que é possível fazer cinema nacional competitivo, que funciona tanto nos cinemas quanto no streaming.
O filme também está disponível na Netflix, democratizando o acesso para quem não conseguiu ver nos cinemas. Essa estratégia de lançamento duplo está se tornando tendência e beneficia tanto o público quanto os produtores. É uma nova forma de pensar distribuição que pode revolucionar nosso mercado audiovisual.
Resumidamente, Homem com H não é apenas um filme sobre Ney Matogrosso. É uma declaração de que o cinema brasileiro encontrou sua melhor forma. Com histórias autênticas, produção cuidadosa e atuações de alto nível, estamos vivendo um momento único. Para quem ama cinema nacional e quer se emocionar com uma história real de superação e arte, esta é uma experiência imperdível.










