O mate, tradicional bebida argentina, é muito mais do que um simples chá: ele carrega consigo significados profundos de identidade, convívio e tradição. Ao longo das décadas, a forma de preparar e consumir o mate foi se transformando, acompanhando as mudanças culturais e os hábitos de diferentes gerações. Cada época revela preferências distintas, desde o sabor mais intenso até versões adoçadas ou inovadoras.
As escolhas relacionadas ao mate vão além do tipo de erva ou do recipiente utilizado. Elas refletem valores, tendências e até mesmo o contexto social de quem o consome. Assim, é possível identificar estilos de mate que se conectam diretamente com o ano de nascimento das pessoas, criando uma espécie de “perfil matero” para cada geração.
Como o mate se tornou símbolo cultural na Argentina?
A história do mate remonta aos povos originários da região do Prata, que já utilizavam a erva-mate em rituais e no cotidiano. Com o passar do tempo, a bebida foi incorporada à cultura argentina, tornando-se parte essencial do dia a dia. O ato de compartilhar o mate em rodas familiares ou entre amigos fortaleceu o sentimento de pertencimento e identidade nacional. Hoje, o mate é reconhecido como um símbolo de hospitalidade e união.
O modo de preparo e os acessórios também evoluíram. Desde a clássica cuia de abóbora até as versões modernas com materiais coloridos, cada detalhe carrega um significado especial. A bombilla, o tipo de erva e até a escolha entre mate amargo ou doce revelam preferências pessoais e influências de época.
Que tipo de mate representa cada geração?
A relação entre o mate e as gerações pode ser observada a partir das décadas de nascimento. Quem nasceu entre 1950 e 1969 costuma se identificar com o mate amargo tradicional: preparado em cuia de abóbora, com bombilla metálica e sem adição de açúcar. Esse estilo valoriza a paciência, o respeito pelas tradições e o convívio familiar.
Já os nascidos nos anos 1970 tendem a preferir o mate com yuyos, ou seja, ervas como boldo, menta ou camomila misturadas à erva-mate. Essa escolha reflete uma busca por bem-estar e conexão com o natural, característica marcante dessa geração. Na década de 1980, surge o mate doce, adoçado com açúcar, mascavo ou até edulcorante. Esse perfil mistura tradição com novas tendências, mostrando abertura para adaptações.
A geração dos anos 1990 se destaca pelo mate com sabor, apostando em blends com frutas, aromas exóticos e ervas saborisadas. A experimentação e a criatividade são marcas desse grupo, que também inova nos acessórios, como bombillas coloridas e garrafas térmicas modernas. Por fim, quem nasceu a partir dos anos 2000 se identifica com o mate cocido, tereré com suco ou versões com leite e espuma, acompanhando a tendência de personalização e consumo rápido.

Como identificar seu estilo de mate?
Para descobrir qual tipo de mate mais combina com cada pessoa, basta observar o ano de nascimento e as preferências pessoais. Veja a seguir uma lista que relaciona as décadas com os estilos de mate mais comuns:
- 1950-1969: Mate amargo, tradicional, sem açúcar, servido em cuia de abóbora.
- 1970-1979: Mate com yuyos, ervas naturais misturadas à erva-mate.
- 1980-1989: Mate doce, com açúcar, mascavo ou edulcorante.
- 1990-1999: Mate com sabores, blends frutados ou aromatizados.
- 2000 em diante: Mate cocido, tereré com suco, versões com leite ou espuma.
Além do ano de nascimento, fatores como ambiente, companhia e até o clima podem influenciar na escolha do mate. A personalização ganhou força nos últimos anos, permitindo combinações variadas e acessórios criativos.
Por que o mate continua tão presente nas novas gerações?
Mesmo com o surgimento de novas bebidas e tendências, o mate segue firme como parte do cotidiano argentino. Sua capacidade de adaptação, seja em versões geladas, com diferentes sabores ou acompanhamentos, contribui para sua permanência entre jovens e adultos. O ritual de compartilhar o mate, seja presencialmente ou até mesmo em encontros virtuais, mantém viva a tradição e reforça os laços sociais.
A cada década, o mate se reinventa, mas preserva seu papel de símbolo cultural e de união. Seja amargo, doce, com yuyos ou inovador, ele segue representando a diversidade e a criatividade do povo argentino, atravessando gerações e se adaptando aos novos tempos.









