Após o término de um relacionamento, muitos imaginam que basta alguns meses para o sofrimento diminuir e o sentimento pelo ex-companheiro perder força. No entanto, pesquisas recentes mostram que o cérebro humano não adota esse cronograma tão rápido. Estudos realizados por psicólogos americanos sugerem que o processo de desligamento emocional costuma ser mais extenso e individual do que se pensava anteriormente.
Os dados obtidos em 2024 por especialistas da Universidade de Illinois indicam que o apego emocional permanece no cérebro mesmo anos após a separação. Entre os principais achados dessa investigação está a constatação de que o rompimento do vínculo afetivo pode levar, em média, entre quatro e oito anos até alcançar o estágio em que o ex-parceiro deixa de ocupar posição central no universo emocional da pessoa.
Quais mecanismos mantém o apego emocional após o fim de uma relação?
Pesquisadores coordenaram um estudo com indivíduos que haviam se separado há cerca de cinco anos, todos com histórias de relacionamento duradouro. O objetivo foi compreender de que forma o cérebro lida com o afastamento e o desligamento emocional que segue o fim de uma união. Para isso, foram coletadas impressões por meio de questionários, avaliando sentimentos existentes tanto pelo ex-parceiro quanto por pessoas desconhecidas.
O resultado revelou que o apego afetivo tende a diminuir lentamente, e não de forma abrupta, contradizendo a ideia popular de um luto breve. O chamado “ponto médio” de distanciamento ocorre por volta do quarto ano após a separação. Somente após esse período é que começa a se aproximar de um estado semelhante ao de neutralidade, equiparando o ex-companheiro a um desconhecido, processo que pode se completar em até oito anos, dependendo da intensidade da relação vivida.
O que influencia o tempo para superar um ex?
O tempo necessário para o cérebro se desvincular de um antigo amor pode depender de múltiplos fatores. Os próprios pesquisadores apontam que cada pessoa tem um ritmo diferente para lidar com as perdas emocionais. Entre as variáveis que mais impactam o processo estão:
- Contato frequente: Aqueles que continuam mantendo conversas, encontros ou convivendo socialmente com o ex tendem a prolongar o período de apego.
- Estilo de apego: Indivíduos com perfil ansioso comumente mantêm a conexão afetiva ativa por mais tempo em comparação a pessoas com estilo mais seguro.
- Responsabilidade em comum: A existência de filhos inicialmente prolonga o vínculo, mas, curiosamente, costuma acelerar o desligamento total quando as responsabilidades vão sendo resolvidas.
- Ambientes compartilhados: Jovens que convivem com o ex em espaços como universidade ou grupo de amigos podem enfrentar mais dificuldade para romper o laço afetivo.
- Redes sociais: Mesmo sem contato direto, a exposição ao perfil e à rotina do ex nas plataformas digitais pode dificultar o esquecimento.
É importante destacar que, segundo a pesquisa, começar outro relacionamento ou ter novas experiências sexuais não necessariamente contribui para diminuir o tempo de apego.

Quanto tempo leva para esquecer um ex parceiro?
O estudo da Universidade de Illinois buscou responder exatamente essa pergunta, fundamental para quem atravessa o luto amoroso. Os cientistas constataram que, na média, o ponto de inflexão ocorre após quatro anos, com uma redução significativa do vínculo afetivo. O desligamento completo, equiparado ao que se sente por desconhecidos, pode levar até oito anos.
Esse tempo, entretanto, varia conforme a intensidade da paixão experimentada e as situações vividas em comum. Pessoas que mantêm vivências compartilhadas ou laços constantes, como filhos ou rotina comum, podem experimentar períodos diferentes de superação em relação àquelas que conseguem cortar vínculos de forma mais abrupta.
A pesquisa reforça que o cérebro prioriza seus próprios tempos biológicos diante de situações de apego, independentemente das expectativas sociais em torno do “tempo correto” para superar alguém. Assim, é natural que memórias e sentimentos persistam por anos, mesmo que não haja mais contato ou intenção de reviver o relacionamento.
Como lidar com a persistência do apego emocional?
Frente a essas descobertas, compreende-se que o processo de superar o fim de um relacionamento é mais complexo do que parece. Adotar estratégias para reduzir o contato, buscar apoio psicológico e investir em atividades novas podem contribuir para um desligamento mais saudável e menos prolongado. Entender a resposta do próprio corpo e respeitar o tempo de adaptação do cérebro podem evitar decisões impulsivas ou cobranças indevidas.
Em resumo, a ciência indica que superar um ex e alcançar a total desvinculação emocional pode ser um caminho longo, marcado por avanços e recaídas. Ter informação sobre o funcionamento do apego cerebral, contudo, pode ajudar a enfrentar esse período com maior compreensão, respeitando a individualidade de cada história de amor e suas particularidades emocionais.







