Filmes de terror atraem milhões de pessoas, mesmo que causem arrepios e noites sem dormir. Mas por que sentimos prazer ao ter medo? A psicologia e a ciência oferecem respostas fascinantes, revelando como o cérebro transforma sustos em diversão. Neste artigo, exploramos por que gostamos de filmes de terror, conectando ideias de Sigmund Freud com descobertas modernas sobre o prazer no medo, e mostramos como essa experiência pode ser surpreendentemente benéfica.
Por que o medo pode ser divertido?
Gostamos de filmes de terror porque eles oferecem uma dose controlada de adrenalina. Quando assistimos a um filme assustador, o cérebro libera hormônios como adrenalina e dopamina, criando uma sensação de excitação. Estudos da University of Pittsburgh mostram que, em um ambiente seguro, como uma sala de cinema, o medo se torna prazeroso porque sabemos que não há perigo real. Essa “emoção segura” é viciante para muitos.
Além disso, filmes de terror nos permitem explorar emoções intensas sem consequências. Eles funcionam como uma montanha-russa emocional, oferecendo uma catarse que Freud associava à liberação de tensões reprimidas. Assistir a um monstro na tela pode ser uma forma de enfrentar medos internos de maneira indireta, mas gratificante.

Como Freud explicava o prazer no medo?
Freud acreditava que o prazer em situações assustadoras vinha da sublimação de desejos inconscientes. Em sua visão, histórias de terror tocam em medos profundos, como a morte ou o desconhecido, que estão enraizados no inconsciente. Ele sugeria que narrativas assustadoras permitem que esses medos sejam expressos de forma simbólica, oferecendo alívio emocional. Para Freud, o terror é uma maneira de confrontar o “inconsciente sombrio” sem risco.
Embora algumas ideias de Freud sejam questionadas hoje, sua ênfase no inconsciente ressoa com a psicologia moderna. Filmes de terror podem funcionar como uma válvula de escape, permitindo que processemos ansiedades de forma segura, algo que a ciência confirma ao estudar a catarse emocional.
O que a ciência diz sobre filmes de terror?
A ciência explica o prazer em filmes de terror como uma interação entre cérebro e emoções. Pesquisas publicadas no Journal of Media Psychology mostram que pessoas que gostam de terror têm maior tolerância a estímulos intensos e buscam novidade. O cérebro interpreta o medo controlado como uma recompensa, liberando dopamina, o neurotransmissor do prazer. Isso explica por que algumas pessoas adoram sustos, enquanto outras os evitam.
Além disso, assistir a filmes de terror pode melhorar a resiliência emocional. Um estudo da Aarhus University (2020) descobriu que fãs de terror lidaram melhor com o estresse durante a pandemia, pois estavam acostumados a processar medo em contextos fictícios. Essa habilidade de enfrentar o desconforto de forma controlada é um benefício inesperado.
Por que algumas pessoas amam terror e outras não?
A preferência por filmes de terror depende de traços de personalidade e experiências individuais. Psicólogos identificaram que pessoas com alta busca por sensações, um traço ligado à curiosidade e à abertura a experiências, tendem a gostar mais de terror. Por outro lado, indivíduos com alta ansiedade ou sensibilidade ao estresse podem achar esses filmes desagradáveis. Testes como o Sensation Seeking Scale mostram que a tolerância ao medo varia amplamente.
A infância também desempenha um papel. Exposições positivas a filmes de terror na juventude, como assistir com amigos, podem criar associações prazerosas. Já experiências negativas, como sustos intensos, podem gerar aversão. Essa diversidade explica por que o gênero é tão polarizante, mas também tão amado.
Como os filmes de terror podem nos ajudar?
Filmes de terror podem ser uma ferramenta para desenvolver inteligência emocional. Eles nos ensinam a gerenciar medo e ansiedade em um ambiente seguro, fortalecendo nossa capacidade de lidar com situações estressantes na vida real. Além disso, assistir a esses filmes em grupo promove conexão social, já que compartilhar sustos cria laços e momentos memoráveis.
A ciência também sugere que o terror estimula a criatividade. Ao nos expor a cenários extremos, os filmes desafiam o cérebro a pensar fora da caixa, inspirando soluções criativas. Então, da próxima vez que você assistir a um filme assustador, lembre-se: é mais do que diversão, é uma jornada pelo seu próprio cérebro!










