Ao lidar com latas de alimentos, a preocupação com a higiene muitas vezes passa despercebida. Este comportamento, porém, pode representar um risco à saúde, conforme apontam especialistas em segurança alimentar. O simples ato de lavar a superfície das latas antes de abri-las pode evitar a transferência de sujeira e microrganismos para o conteúdo consumido.
As latas de alimentos circulam por diferentes ambientes antes de chegarem à mesa do consumidor. Armazéns, transportes, prateleiras de mercados e até mesmo a cozinha de casa podem ser fontes potenciais de contaminação. Por isso, cuidar da higiene desses recipientes é recomendado por engenheiros de alimentos e profissionais de áreas relacionadas à segurança dos alimentos.
Por que lavar as latas de alimentos é importante?
O contato das latas com ambientes variados acumula micro-organismos e resíduos em sua superfície. Um experimento conduzido por microbiologistas demonstrou que a presença dessas partículas pode ser significativa e persistir até o momento do consumo. Ao abrir uma lata sem a devida higienização, há o risco de transferir essas impurezas diretamente para o alimento e, consequentemente, ao organismo.
Muitas pessoas acreditam que o tratamento térmico recebido pelas latas durante o processo industrial garante a segurança total do produto. Apesar de esse aquecimento eliminar bactérias e enzimas no interior, a parte externa permanece exposta a variados fatores ambientais, como poeira, manipulação por várias pessoas e contato com superfícies potencialmente contaminadas.
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Quais riscos existem ao consumir alimentos de latas não lavadas?
Estudos mostram que não são apenas microrganismos patogênicos que podem estar presentes na superfície das latas, mas também aqueles que alteram as características do alimento, como sabor, cheiro e textura. A ingestão acidental desses agentes pode provocar desconfortos gastrointestinais ou outros efeitos negativos à saúde.
Ao abrir a embalagem, especialmente com abridores que perfuram ou cortam a tampa, pode ocorrer a migração dessas impurezas externas para o interior da lata. O risco aumenta em ambientes com altos índices de umidade ou calor, que favorecem o acúmulo e crescimento desses microrganismos na superfície dos recipientes.
Como higienizar as latas corretamente?
A limpeza das latas é um processo simples, mas que faz diferença para a segurança alimentar. Recomenda-se seguir os seguintes passos:
- Utilizar água corrente e sabão para esfregar toda a superfície da lata.
- Enxaguar bem, retirando qualquer resíduo de sabão.
- Secar com papel-toalha limpo antes de abrir, evitando que a água arraste sujeiras para o interior.
Essa rotina impede o contato de microrganismos nocivos com o alimento embalado, reduzindo consideravelmente riscos associados à ingestão de agentes indesejados.

Além da higienização: que tipos de latas devem ser evitadas?
Além da limpeza, é essencial observar as condições físicas das embalagens. Latas estufadas, amassadas, com vazamentos ou sinais de ferrugem devem ser descartadas imediatamente. Esses danos podem indicar falhas no processo de esterilização ou a presença de bactérias capazes de produzir toxinas perigosas, como a toxina botulínica.
- Latas estufadas: Podem sinalizar crescimento de micro-organismos e formação de gases.
- Amassadas ou enferrujadas: Indicam possíveis brechas na proteção do alimento interno.
- Vazamentos ou espuma ao abrir: Sinais claros de contaminação e deterioração do produto.
Lavar as latas realmente elimina todos os perigos?
A higiene adequada da superfície da lata reduz drasticamente o risco de contaminação cruzada. Contudo, não elimina riscos inerentes ao mau estado de conservação do alimento ou falhas na produção industrial. Portanto, além de lavar, é fundamental inspecionar a aparência da embalagem e atentar-se à data de validade, descartando qualquer produto com sinais suspeitos.
Esses cuidados simples, aliados ao hábito de higienização, contribuem para uma maior segurança alimentar e ajudam a evitar possíveis danos à saúde ao consumir alimentos enlatados. O consumidor atento pode, assim, reduzir os riscos decorrentes da manipulação e do armazenamento desses produtos.










