Pesquisas recentes têm destacado o potencial da teobromina, um composto encontrado no chocolate, em elevar os níveis de colesterol HDL, também conhecido como “colesterol bom”. Embora os efeitos sejam modestos, este avanço pode trazer novas perspectivas sobre a inclusão do chocolate na dieta de maneira equilibrada. O estudo em questão revelou que a teobromina pode melhorar os parâmetros de colesterol, especialmente em indivíduos com síndrome metabólica, apesar das mudanças serem discretas.
A síndrome metabólica é uma condição que engloba diversos fatores de risco, como hipertensão, altos níveis de açúcar no sangue e excesso de gordura abdominal. A investigação realizada por pesquisadores da Universidade de Ciências Médicas de Kermanshah mostrou que, após 12 semanas de suplementação com teobromina, houve um pequeno aumento nos níveis de HDL. Este aumento, ainda que modesto, é significativo dentro do contexto das pesquisas sobre saúde cardiovascular.
Como funciona a teobromina no corpo humano?
A teobromina é um composto semelhante à cafeína, porém mais suave em seus efeitos no sistema nervoso central. Está naturalmente presente no cacau e, consequentemente, no chocolate. Estudos anteriores indicam que, além dos polifenóis antioxidantes, a teobromina pode contribuir para a saúde do coração por meio do aumento do colesterol HDL. Em particular, observa-se uma melhora nos subtipos de HDL, como HDL2, que possui efeitos protetores sobre o coração.
Qual foi o método utilizado no estudo?
No experimento, 72 adultos com sobrepeso, obesidade e síndrome metabólica foram divididos em dois grupos: um recebeu uma suplementação diária de 450 mg de teobromina, enquanto o outro recebeu placebo. Ambos os grupos seguiram uma dieta com restrição calórica. Os participantes evitaram alimentos ricos em cacau e limitaram a ingestão de cafeína, pois esta pode ser convertida em teobromina pelo corpo.

O que revelaram os resultados do estudo?
Ao final das 12 semanas, a suplementação com teobromina resultou num aumento médio de 0,34 mg/dL nos níveis totais de HDL. Este valor é pequeno, porém, é relevante quando comparado à redução observada no grupo placebo. A elevação foi mais notável no subtipo HDL2, alinhando-se a descobertas sobre o papel deste composto no balanceamento do colesterol. Contudo, é importante lembrar que, apesar de estatisticamente significantes, os efeitos observados são muito sutis para provocar mudanças drásticas na saúde cardiovascular por si só.
A teobromina é uma solução realista para melhorar o colesterol?
Embora a ideia de aumentar o colesterol bom com chocolate possa soar atraente, a realidade é mais complexa. A quantidade de teobromina usada no estudo equivale a aproximadamente 60 a 90 gramas de chocolate amargo por dia — uma porção que pode não ser viável para quem busca reduzir o consumo de açúcar. Além disso, os ganhos em termos de HDL são pequenos e devem ser considerados como parte de um quadro mais amplo de hábitos saudáveis, incluindo dieta balanceada e atividade física regular.
Em suma, o chocolate, embora benéfico em pequena quantidade, não deve ser visto como uma solução mágica para elevação do colesterol bom ou proteção direta contra doenças cardíacas. Em vez disso, deve ser apreciado como parte de uma dieta diversificada e saudável, contribuindo de forma moderada para melhorar a saúde geral.








