Se você mora perto de Nápoles, conhece bem Campi Flegrei, um vasto supervulcão que recentemente tem chamado a atenção de cientistas. Dois estudos recentes, de março de 2023 e maio de 2025, mudaram a perspectiva sobre a atividade vulcânica na região.
- O papel do dióxido de carbono e outras emissões na atividade do vulcão
- Pressões internas e como elas influenciam os fenômenos sísmicos
- Medidas práticas para reduzir riscos e impactos
Estudo de campi flegrei em 2023: CO₂ e a questão dos gases vulcânicos
O estudo de 2023 focou no dióxido de carbono (CO₂), um indicativo importante de que o magma está em movimento. No entanto, a origem desse gás foi parcialmente atribuída a outro fenômeno: o sistema hidrotermal que aquece as rochas, liberando CO₂ adicional.
A descoberta muda a interpretação das emissões de gás, indicando que um aumento de CO₂ nem sempre significa que o magma está em ascensão. A temperatura do sistema hidrotermal também desempenha um papel significativo. Além disso, tecnologias recentes de monitoramento permitiram diferenciar melhor as emissões provenientes do magma e do sistema hidrotermal, ampliando nossa compreensão sobre as fontes dos gases.
O que está realmente dirigindo as perturbações de campi flegrei?
Avançando para 2025, cientistas investigaram as causas dos surtos de terremotos e a elevação e queda dramáticas do solo. A pesquisa revelou que o reservatório geotérmico sob a cidade de Pozzuoli é o principal responsável, e não um bloco de magma crescente.
A pressão no reservatório fechado aumenta até que as rochas se fraturem, liberando um surto de água e vapor, o que provoca os tremores. O uso de modelos computacionais atualizados favoreceu a análise mais precisa dos padrões de pressão no subsolo, aperfeiçoando a previsão de futuros episódios sísmicos.

Medidas práticas de gerenciamento de pressão
Se a causa principal das perturbações é a pressão em um reservatório fechado, medidas práticas podem aliviar o sistema. Entre elas estão a manutenção de canais de superfície e controle dos níveis de água subterrânea.
- Restauração e manutenção de canais para drenagem eficaz das chuvas
- Monitoramento e controle dos níveis de água subterrânea
- Alívio de pressão por meio de poços, quando apropriado
Risco de erupção: como estamos gerenciando?
O Campi Flegrei ainda representa um risco. Embora o magma esteja presente em profundidade, as medidas práticas propostas visam prevenir crises de pressão que têm danificado edifícios e alarmado residentes por décadas.
A abordagem não “desativa” uma erupção magmática, mas reduz os riscos associados à pressão de fluidos. Planos de evacuação continuam sendo atualizados com base em simulações de cenários, integrando dados sísmicos em tempo real para respostas ainda mais rápidas.
Uma nova mentalidade para supervulcões
O ponto crucial é uma mudança de mentalidade. Enquanto o monitoramento e evacuações continuam essenciais, engenheiros civis e geocientistas colaboram para prevenir problemas relacionados ao fluxo de água.
A modernização e manutenção dos sistemas de drenagem e o uso de poços como válvulas de pressão são medidas promissoras que podem gerenciar a ameaça constante do Campi Flegrei de maneira mais eficaz. Novos projetos de infraestrutura incorporam sensores inteligentes para acompanhar alterações no solo e no lençol freático, apoiando decisões em tempo real.
Ameaça gerenciável: lições novas de um supervulcão
- CO₂ não é a única indicação de magma ascendente; sistemas hidrotermais contribuem para emissões.
- Gerenciar a pressão em reservatórios geotérmicos pode aliviar a atividade sísmica.
- Colaboração entre ciência e engenharia é crucial para a mitigação de riscos.








