Em muitas partes do mundo, os cemitérios são lugares de silêncio e luto, mas em Manila, nas Filipinas, milhares de pessoas vivem em túmulos e mausoléus no Cemitério Norte de Manila. Esse local não é apenas um cemitério – é também uma cidade, com casas improvisadas entre lápides, ruas movimentadas e até comércios funcionando dentro das sepulturas.
Como isso aconteceu? Como é o dia a dia de quem chama um cemitério de lar? Vamos explorar essa realidade surpreendente.
Como surgiu essa cidade dentro de um cemitério?
O Cemitério Norte de Manila é um dos maiores e mais antigos do país, tendo sido fundado no século XIX. Ao longo das décadas, as famílias sem moradia passaram a ocupar os mausoléus, transformando-os em casas. Muitas dessas estruturas são grandes, feitas de concreto e com espaço suficiente para acomodações móveis e até pequenos negócios.
Com o tempo, a população do cemitério cresceu e se especificou. Hoje, estima-se que mais de 6 mil pessoas vivam permanentemente, num cenário onde os vivos e os mortos dividem o mesmo espaço.

Como é a vida dentro de um cemitério?
Apesar do ambiente incomum, a comunidade do Cemitério Norte tem um cotidiano estruturado. As famílias montam pequenas lojas dentro dos túmulos, vendendo comida, água e produtos básicos. As crianças brincam entre os lápides e muitas pessoas trabalham como zeladores, limpando sepulturas e cuidando dos túmulos de famílias que vivem fora de lá.
Os mausoléus maiores servem como moradia para várias gerações. Algumas casas têm eletricidade, televisão e até Wi-Fi, fornecidas por ligações clandestinas. Há também lojas, restaurantes improvisados e até festas acontecendo no meio do cemitério.
Curiosidades sobre essa cidade incomum
- Mausoléus como casas – Muitas famílias vivem dentro dos túmulos, utilizando-os como abrigos permanentes.
- Mercados entre lápides – Pequenos comércios funcionam dentro do cemitério, vendendo de alimentos a serviços funerários.
- Sem aluguel ou contas – Como a ocupação é informal, muitos moradores não pagam moradia, apenas pelos serviços que utilizam.
- Crianças crescendo entre túmulos – Há escolas próximas, e muitas crianças passam a infância brincando entre os jazigos.
- Uma comunidade organizada – Apesar das condições precárias, os moradores realizam uma rede de apoio para garantir segurança e sustento.
Os desafios de viver no Cemitério Norte
Apesar de ser um lar para muitas pessoas, viver no cemitério traz dificuldades. A infraestrutura é precária, o acesso à água e ao saneamento básico é limitado, e há riscos de despejo por parte das autoridades.
Mesmo assim, muitas famílias permaneceram ali por não terem outra opção. Há algumas décadas no local, criando gerações inteiras que nunca conheceram fora de casa além dos túmulos.
Você moraria em um lugar assim?
O Cemitério Norte de Manila é um exemplo impressionante de adaptação humana. Para muitos, viver entre os mortos pode parecer assustador, mas para essas famílias, é apenas a realidade do dia a dia.
Seja por necessidade ou por tradição, essa cidade dentro de um cemitério continua crescendo, desafiando a ideia de que a morte significa silêncio e solidão.









