O angico, que abrange diversas espécies do gênero Anadenanthera (por exemplo, Anadenanthera colubrina), é uma árvore nativa brasileira amplamente utilizada na medicina popular, principalmente a casca. Esta planta é rica em compostos bioativos, como taninos e alcaloides, que lhe conferem significativas propriedades medicinais, sendo reconhecida por seu forte efeito adstringente e anti-inflamatório. O angico é um dos princípios ativos mais valorizados na fitoterapia tradicional para o tratamento de feridas e infecções respiratórias, demandando validação científica contínua.
- Ação Adstringente e Cicatrizante: Promove a contração dos tecidos, útil em feridas e inflamações.
- Propriedade Anti-inflamatória: Auxilia na redução da inflamação e dor.
- Benefício Expectorante: Suporte para problemas respiratórios, como tosse e bronquite.
Ação adstringente e cicatrizante dos taninos
A casca do angico é extremamente rica em taninos, um grupo de fitoquímicos responsável pelo sabor amargo e pela capacidade de precipitar proteínas. Essa característica confere à planta um potente efeito adstringente e cicatrizante. Quando aplicada em feridas ou inflamações, a adstringência promove a contração dos tecidos, formando uma camada protetora que ajuda a estancar pequenos sangramentos e acelera a cicatrização. A literatura sobre plantas medicinais ressalta essa função.
“O alto teor de taninos na casca do Angico confere-lhe um pronunciado efeito adstringente, tradicionalmente empregado para o tratamento de feridas, queimaduras e diarreias, devido à sua capacidade de formar complexos insolúveis com proteínas da mucosa” (MATOS, 2009).

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Propriedade anti-inflamatória em extratos da casca
Os compostos bioativos do angico, incluindo os taninos e outros polifenóis, demonstram significativa propriedade anti-inflamatória. Essa ação é crucial para aliviar sintomas dolorosos associados a inflamações internas e externas. Os extratos da casca podem modular a liberação de mediadores inflamatórios, auxiliando no controle de processos dolorosos. Estudos fitoquímicos buscam isolar e validar os mecanismos dessa ação.
“Estudos fitoquímicos e farmacológicos indicam que os extratos de Angico possuem atividade anti-inflamatória relevante, agindo na inibição de enzimas e citocinas que promovem a inflamação, o que sustenta seu uso popular em doenças osteoarticulares e inflamações de mucosas” (ALMEIDA; BALESTIERI, 2012).
Benefício expectorante no tratamento de tosse e bronquite
O angico é frequentemente utilizado na medicina popular brasileira como um auxílio para problemas respiratórios, como tosse e bronquite, devido ao seu benefício expectorante. Acredita-se que os extratos da casca atuam irritando levemente a mucosa brônquica, o que estimula a produção e a eliminação de muco, facilitando a respiração. Embora o mecanismo exato seja complexo, essa propriedade curativa está ligada aos seus princípios ativos voláteis e não voláteis.
“O xarope de angico é um dos preparos tradicionais para tosse e bronquite, sendo a eficácia do Angico como expectorante e béquico (antitussígeno) atribuída à presença de saponinas e alcaloides que podem fluidificar e facilitar a expulsão das secreções brônquicas” (LORENZI; MATOS, 2008).
Modo de uso xarope caseiro de casca de angico
Para o aproveitamento dos benefícios terapêuticos do angico em casos de problemas respiratórios, o preparo de xaropes caseiros é o mais tradicional. A casca seca do angico deve ser cozida em água por cerca de 10 a 15 minutos. Após coar o líquido, adicione mel para adoçar e potencializar o efeito expectorante e béquico. É crucial usar apenas a casca de árvores identificadas corretamente e buscar a orientação de um profissional de saúde, pois a planta também contém substâncias com potencial psicoativo (alcaloides) que devem ser manuseadas com cautela.
Para aprofundar essa técnica, selecionamos o conteúdo do canal Saúde E Natureza, que já conta com mais de 3 mil inscritos. No vídeo a seguir, a médica detalha visualmente que descrevemos acima:
Uma promessa da fitoterapia brasileira
O angico é um exemplo de planta da flora brasileira com vasta aplicação tradicional e crescente interesse científico. A concentração de taninos e outros compostos bioativos na sua casca confere-lhe propriedades curativas robustas, especialmente na adstringência, cicatrização e no suporte a condições respiratórias e inflamatórias, reforçando seu valor na medicina natural.
- Os taninos da casca são o principal princípio ativo, responsáveis pela ação adstringente e pela promoção da cicatrização de feridas e mucosas.
- A propriedade anti-inflamatória dos extratos de angico é objeto de estudo, indicando um potencial na modulação de processos inflamatórios.
- O uso tradicional do angico como expectorante para tosse e bronquite é sustentado pela presença de saponinas e outros fitoquímicos que fluidificam o muco.
Referências bibliográficas
- ALMEIDA, L. T.; BALESTIERI, M. L. G. Revisão sobre o potencial farmacológico de espécies do gênero *Anadenanthera*. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 22, n. 4, p. 892-902, 2012.
- LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
- MATOS, Francisco José de Abreu. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. 7. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2009.










