Em algumas partes do mundo, a luz do dia não é garantida o ano todo. Esse é o caso de Utqiagvik, uma cidade no extremo norte do Alasca, nos Estados Unidos, onde o sol se põe em novembro e só volta a nascer em janeiro. Durante quase dois meses, os moradores viveram em completa escuridão, um conhecido como noite polar.
Mas como é o dia a dia em um lugar onde o sol desaparece por tanto tempo? Como as pessoas se adaptam a essa condição extrema? Vamos descobrir os segredos dessa cidade única.
Por que Utqiagvik fica no escuro?
Utqiagvik, anteriormente conhecida como Barrow, é uma cidade mais ao norte dos Estados Unidos. Sua localização extrema, dentro do Círculo Polar Ártico, faz com que ela passe por fenômenos astronômicos perigosos, como o sol da meia-noite, no verão, quando o sol nunca se põe, e a noite polar, no inverno, quando ele nunca nasce.
Isso acontece por causa da orientação do eixo da Terra. Durante o inverno, o Hemisfério Norte fica inclinado para longe do sol, fazendo com que as áreas próximas ao Polo Norte recebam pouca ou nenhuma luz solar. Em Utqiagvik, esse período de escuridão começa por volta do dia 18 de novembro e só termina no final de janeiro.

Como é viver sem sol por tanto tempo?
A vida na cidade não é para por causa da escuridão, mas os moradores precisam se adaptar a um cotidiano bem diferente do resto do mundo. A ausência de luz solar pode afetar o humor e o ciclo do sono, causando a chamada depressão sazonal. Para lidar com isso, muitas pessoas utilizam lâmpadas de luz artificial especiais, que simulam a luz do sol e ajudam a manter a disposição.
Além da falta de luz, o frio extremo também é um desafio. Durante uma noite polar, as temperaturas podem chegar a −30 °C, e a neve cobre a cidade por meses. Mesmo assim, uma população de cerca de 4.500 habitantes continua com suas atividades normalmente, trabalhando, estudando e até praticando esportes ao ar livre.
Curiosidades sobre Utqiagvik
- O sol desaparece por 66 dias – Entre novembro e janeiro, a cidade fica na escuridão total.
- Sol da meia-noite – Se no inverno o sol algum, no verão ele nunca se põe, iluminando a cidade por 82 dias seguidos.
- Temperaturas extremas – O inverno pode registrar temperaturas térmicas abaixo de −40 °C, tornando Utqiagvik um dos lugares habitados mais frios do planeta.
- Povo indígena Iñupiat – Grande parte da população é descendente dos povos indígenas do Ártico, que vivem na região há milhares de anos e desenvolvem técnicas para sobreviver ao frio intenso.
- Isolamento total – Não há estradas que liguem Utqiagvik ao restante do Alasca. O acesso só é possível por avião ou barco durante o verão, quando o mar não está congelado.
Como os moradores se adaptam ao frio e à escuridão?
Mesmo com condições tão extremas, Utqiagvik tem uma comunidade forte e bem estruturada. O comércio funciona normalmente, as escolas permanecem abertas, e os moradores encontram formas criativas de lidar com a escuridão.
Atividades como pesca no gelo, caça e esportes de inverno ajudam a manter a tradição dos povos indígenas Iñupiat. Além disso, a cidade tem um forte cultura comunitária, com eventos locais que incentivam a socialização e combatem o isolamento.
A tecnologia também é uma grande aliada. A maioria das casas possui sistemas de aquecimento eficientes, e a internet permite que os moradores se conectem com o mundo exterior, tornando a vida mais suportável durante o longo inverno.
Você moraria em um lugar assim?
Utqiagvik provou que o ser humano é capaz de se adaptar a praticamente qualquer condição. Mesmo sem sol por dois meses e enfrentando temperaturas congelantes, seus habitantes levam uma vida normal e demonstram uma resistência impressionante ao ambiente hostil.
Para quem gosta de desafios e experiências únicas, visitar essa cidade pode ser uma oportunidade inesquecível. Mas viver lá exige força de vontade e muita preparação para enfrentar um dos climas mais extremos do mundo.










