A capuchinha (Tropaeolum majus L.), uma planta rasteira ou trepadeira conhecida por suas flores vistosas e comestíveis, é um verdadeiro recurso terapêutico na fitoterapia. Todas as partes da planta — folhas, flores e sementes — possuem um sabor picante característico, indicativo da presença de compostos bioativos poderosos. As propriedades medicinais da capuchinha, especialmente sua alta concentração de Vitamina C e glicosinolatos, conferem benefícios terapêuticos essenciais para o fortalecimento imunológico e a ação antimicrobiana.
Este artigo explora as principais propriedades curativas da capuchinha, com foco em:
- A concentração de Vitamina C e seu papel no suporte imunológico e na produção de colágeno.
- O potencial efeito antimicrobiano e antisséptico dos glicosinolatos.
- As orientações essenciais sobre como plantar a flor comestível o ano todo em canteiros caseiros.
Riqueza em vitamina c e suporte ao sistema imunológico
A principal propriedade curativa da capuchinha é sua excelente fonte de Vitamina C (ácido ascórbico), especialmente nas suas folhas frescas. Este princípio ativo é vital para o fortalecimento imunológico, pois apoia a função de várias células de defesa e atua como um poderoso antioxidante. A Vitamina C é também um cofator na síntese de colágeno, essencial para a reparação de tecidos e a saúde da pele. O consumo de flores e folhas da capuchinha é uma forma eficaz de obter Vitamina C. De acordo com o estudo de Corbucci e colaboradores:
“As folhas de Tropaeolum majus L. contêm concentrações de ácido ascórbico que contribuem significativamente para a ingestão diária recomendada, sendo um valioso recurso dietético para o suporte imunológico e a proteção antioxidante” (CORBUCCI et al., 2017).

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Potencial efeito antimicrobiano e antisséptico
O sabor picante da capuchinha deve-se à presença de glicosinolatos, compostos bioativos que, quando a planta é mastigada, são convertidos em isotiocianatos. Estes isotiocianatos possuem fortes propriedades antimicrobianas e antissépticas, o que explica o uso tradicional da capuchinha no tratamento de infecções leves das vias respiratórias e urinárias. Essa ação antimicrobiana confere um benefício terapêutico importante, agindo como um antibiótico natural suave. A pesquisa de Van der Waal e colaboradores confirma a ação:
“O extrato de capuchinha demonstrou inibir o crescimento de uma variedade de microrganismos patogênicos, incluindo bactérias do trato respiratório e urinário, devido à presença de isotiocianatos que possuem alta atividade antimicrobiana” (VAN DER WAAL et al., 2019).
Como plantar flor comestível o ano todo
A capuchinha é uma planta anual (ou perene em climas quentes) que pode ser cultivada para fornecer flores comestíveis e folhas nutritivas o ano todo, especialmente no clima brasileiro. Ela é de fácil cultivo, mas exige a correta exposição solar e um solo leve:
- Clima Ideal: Prefere climas amenos, mas tolera o calor desde que receba sol pleno e seja regada com frequência (sem encharcamento). Em regiões muito quentes, prefira a meia-sombra nos horários de pico.
- Plantio: A semeadura é feita diretamente no local definitivo (canteiro ou vaso). As sementes são grandes e devem ser plantadas a 1 ou 2 cm de profundidade.
- Solo: O solo deve ser leve e bem drenado, com fertilidade média. Solos muito ricos em nitrogênio farão a planta produzir muitas folhas, mas poucas flores.
- Colheita: Colha as folhas (sabor apimentado) e as flores (sabor suave e adocicado) conforme a necessidade. A colheita frequente estimula a planta a produzir mais flores.
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O cultivo em casa garante a pureza e a frescura desse recurso terapêutico e gastronômico.
Capuchinha um recurso funcional e vibrante
A capuchinha é um fitoterápico versátil, com propriedades curativas essenciais que se destacam no fortalecimento imunológico e na ação antimicrobiana. Sua riqueza em Vitamina C e isotiocianatos confere um benefício terapêutico duplo, sendo um valioso alimento funcional que pode ser facilmente cultivado em casa.
- A capuchinha é uma fonte rica de Vitamina C, essencial para o suporte imunológico e a síntese de colágeno.
- Seus glicosinolatos resultam em isotiocianatos, que conferem forte ação antimicrobiana contra infecções.
- O plantio em sol pleno e solo bem drenado é a chave para a produção contínua de suas flores e folhas comestíveis.
Referências bibliográficas
- CORBUCCI, S. P. et al. Phytochemistry and pharmacological properties of Tropaeolum majus L. (nasturtium): a review. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 27, n. 4, p. 509-515, 2017.
- VAN DER WAAL, T. M. H. et al. Antimicrobial activity of glucosinolate-derived isothiocyanates from Tropaeolum majus against respiratory pathogens. Journal of Ethnopharmacology, v. 238, p. 111867, 2019.










