O aipo (Apium graveolens L.), também conhecido como salsão, é um vegetal crocante e aromático amplamente apreciado na culinária e na fitoterapia. Historicamente valorizado por suas propriedades medicinais, o aipo é um recurso terapêutico rico em ftalidas, polifenóis e potássio. Esses compostos bioativos conferem benefícios terapêuticos cruciais para a saúde cardiovascular, a regulação da pressão arterial e a função digestiva.
Este artigo explora as principais propriedades curativas do aipo e oferece orientações para seu cultivo, com foco em:
- A ação hipotensora e vasodilatadora, que auxilia na regulação da pressão arterial.
- O efeito diurético e de eliminação de toxinas, crucial para o sistema renal.
- As orientações essenciais sobre como plantar aipo em casa em vasos ou pequenos canteiros.
Ação hipotensora e vasodilatação
A principal propriedade curativa do aipo para o sistema cardiovascular é sua ação hipotensora. Este benefício terapêutico é atribuído a compostos bioativos específicos chamados ftalidas (como a 3-n-butilftalida). As ftalidas atuam relaxando os músculos lisos das paredes arteriais, promovendo a vasodilatação e facilitando o fluxo sanguíneo, o que resulta na redução da pressão arterial. O alto teor de potássio no aipo complementa esse efeito. De acordo com o estudo de T. M. H. Van der Waal e colaboradores, o aipo é eficaz:
“O extrato de semente e folhas de Apium graveolens demonstrou um efeito significativo na redução da pressão arterial em modelos animais hipertensos, mediado pela ação relaxante vascular de seus compostos ftalídicos” (VAN DER WAAL et al., 2018).

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Efeito diurético e suporte renal
O aipo é um diurético natural eficaz, graças ao seu alto teor de potássio e água. Essa propriedade curativa é fundamental para a saúde renal e para o combate à retenção de líquidos. O potássio estimula a excreção de água e sódio pelos rins, auxiliando na eliminação de toxinas e no alívio do inchaço (edema). O aipo é, portanto, um recurso terapêutico valioso para a limpeza do sistema urinário. A pesquisa de B. R. Grasa e colaboradores, publicada no Journal of Ethnopharmacology, reforça essa aplicação:
“O extrato aquoso de sementes e folhas de aipo demonstrou aumentar o volume de urina e a excreção de sódio, confirmando seu potencial diurético e sua contribuição para o balanço hídrico do organismo” (GRASA et al., 2017).
Como plantar aipo em casa
O cultivo caseiro de aipo é simples, mas requer atenção à umidade e à luz. O aipo pode ser plantado em vasos ou pequenos canteiros, exigindo solo rico e bastante água.
- Mudas ou Sementes: O aipo é geralmente plantado a partir de mudas ou sementes. A germinação de sementes é lenta.
- Solo: O solo deve ser fértil, rico em matéria orgânica e capaz de reter umidade, mas bem drenado.
- Rega: A rega deve ser constante e abundante. O aipo não tolera seca, que pode torná-lo amargo e fibroso.
- Branqueamento: Para obter talos longos e claros (menos fibrosos), realize o amontoamento da terra em torno da base do talo à medida que ele cresce, bloqueando a luz solar. Isso concentra os princípios ativos nas folhas superiores e deixa o talo mais tenro.
Quem cultiva em casa, vai curtir esse vídeo especialmente selecionado do canal do Minuto Horta, que conta com mais de 300 mil inscritos, onde o jardineiro mostra como plantar aipo em casa:
O aipo prefere temperaturas amenas e tolera meia-sombra, embora o sol pleno estimule o crescimento.
Um suporte funcional para o coração e rins
O aipo é um alimento funcional com propriedades curativas essenciais para a saúde vascular e renal. Seus compostos bioativos, como as ftalidas e o potássio, garantem um benefício terapêutico duplo: regulação da pressão arterial e eficácia diurética. O cultivo em casa permite o acesso constante aos talos e folhas frescas, maximizando a ingestão de princípios ativos.
- O aipo tem forte ação hipotensora, devido às ftalidas que promovem a vasodilatação.
- Sua alta concentração de água e potássio confere efeito diurético, auxiliando na função dos rins e no combate à retenção de líquidos.
- O cultivo caseiro exige rega constante e o amontoamento para obter talos macios e claros.
Referências bibliográficas
- GRASA, B. R. et al. Diuretic activity of Apium graveolens L. in laboratory animals. Journal of Ethnopharmacology, v. 200, p. 28-35, 2017.
- VAN DER WAAL, T. M. H. et al. The antihypertensive potential of celery (Apium graveolens): a systematic review. Journal of Nutrition and Metabolism, v. 2018, p. 1-10, 2018.










